Fazenda Santa Isabel, onde se aquartelou a 3ª. CCAV. 8423 que, em Novembro de 1974,
preparava a sua saída para o Quitexe (em cima). Título do Diário de Lisboa de 12 desse mês.
Os dias do Quitexe iam passando em riscos no calendário, um atrás de outro. A 1ª. CCAV. 8423 preparava a saída de Zalala (para Aldeia Viçosa e Vista Alegre) e, entretanto, soube-se de outra rotação iminente: a da 3ª. CCAV., a da Fazenda Santa Isabel. Iria (e foi) para a vila do Quitexe, em Dezembro - onde chegou no dia 10, uma terça-feira.
O 11 de Novembro, na Luanda de 1974, foi a ferro e fogo: pelo menos 50 mortos e mais de uma centena de feridos, «após dois dias de tiroteio, lançamento de granadas, esfaqueamentos e fogos postos». O Jornal do Comércio escrevia que «uma família de 7 pessoas estava ser tratada na sala de observações do Hospital de S. Paulo, o principal da cidade e «cheio de feridos». Tinha sido espancada e anavalhada em casa. Uma criança lá internada foi atingida a tiro, disparado de um edifício vizinho.
MPLA, FNLA e UNITA condenaram os incidentes e rejeitaram responsabilidades. Um comunicado militar dava conta que «alguns desordeiros estão a empregar armas automáticas sofisticadas» e sublinhava que «as responsabilidades pelos incidentes não podem ser atribuídas a um só sector da população. «Registaram-se actos de insubordinação por parte das populações branca e negra e por parte de alguns comunicados!», acrescentava o comunicado.
O comandante das Forças Especiais de Segurança Militar, coronel Correia Diniz, porém, admitia que «os responsáveis pelos incêndios e pilhagens são criminosos e antigos presos políticos amnistiados pelas autoridades militares portugueses, após o 25 de Abril».
O MPLA adiou a anunciada conferência de imprensa marcada para esse dia e cancelou a partida para o Congo-Brazzaville. As autoridades militares suspenderam o tráfego de veículos civis nos subúrbios, cancelaram os serviços municipais de transportes e a hora de almoço foi tempo para incidentes numa praça central da cidade. Os motoristas que asseguravam o reabastecimento de Luanda manifestaram-se em Viana e pediram a intervenção das autoridades. Eram atacados a tiro e pedras, na estrada para o Dondo.
A Comissão Nacional de Descolonização, em Lisboa, decidiu mandar a Angola uma delegação do MFA em «uma missão de esclarecimento», chefiada por Vasco Lourenço. Foi isto há 39 anos! Assim se escreviam as (novas) páginas de Angola!
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