Lúcio Lara e Daniel Chipenda em Leopoldville (1962). Notícia sobre a situação em Luanda
Os dias de Luanda iam mais calmos, pelos idos 14 dias de Novembro de 1974. Lúcio Lara, do MPLA, referindo-se aos incidentes da cidade, repudiou-os mas admitiu que «muitos dos responsáveis tinham braçadeiras ou emblemas do MPLA», o seu partido, acrescentando na conferência de imprensa da véspera, que «podia mesmo acreditar que alguns fossem simpatizantes do movimento». Salientou, porém, que «o MPLA era declaradamente pela lei e pela construção angolana». E que «a situação actual não deve ser improvisada, havendo necessidade de um estudo cuidadoso, antes de se entrar em acção».
O dirigente do MPLA sugeriu também que «muitos dos envolvidos nos actos de violência seriam muitos condenados fugidos das prisões e também pessoas que tinham sido presas como arruaceiras, depois dos incidentes de Julho e Agosto e libertadas pelo governo da província». «Devem ser feios esforços para recapturar essas pessoas e mandá-las para campos de reeducação», disse Lúcio Lara.
Daniel Chipenda liderava a facção oposta a Agostinho Neto e não escapou às críticas de Lara, que o acusou de responsável pelas perturbações de Salazar e Malange (nas «barbas» do Uíge onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte) e onde, e leio da imprensa da época, citando Lara, «homens armados e com braçadeiras do MPLA, têm vindo a criar complicações à ordem pública, apesar do acordo de cessar-fogo assinado por Agostinho Neto».
«Daniel Chipenda deve ser considerado responsável pelo caminho que escolheu", disse Lúcio Lara, respondendo aos jornalistas.
Os Cavaleiros do Norte, por estes dias, preparavam, recordemos, a saída de Zalala e Santa Isabel.
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