Cavaleiros do Norte em Carmona, há 41 anos, no jardim da piscina, todos milicianos: o furriel Nelson Rocha, o alferes Pedrosa de Oliveira e os furriéis Manuel Machado, José Lino e António José Cruz |
A arma era «uma espingarda semi-automática Simonov» e que, precisa o Livro da Unidade, «conseguiu furtar-se a um grupo inimigo em trânsito».
A 22 do mesmo mês de Julho de 1974 (hoje se fazem 42 anos), o Comando Chefe das Forças Armadas apelava a que a população «não dê crédito a quaisquer boatos tendentes a perturbar a ordem e o sossego que se tem vindo a verificar» em Luanda e afirmava que «não deu entrada no Hospital de S. Paulo qualquer ferido com incidentes com armas de fogo», apesar de «algumas acções de furto nos Bairros Popular, Marçal, Marconi e Golfe», onde, aliás, «na maior parte dos casos, os assaltantes foram capturados pelas forças da ordem», como noticiava o Diário de Lisboa.
Um ano depois, Daniel Chipenda continuava em Carmona, onde se dirigiu «a todo o povo angolano» para anunciar que Holden Roberto se «encontra(va) em território nacional, para conduzir as operações militares do ELNA» - o exército da FNLA.
«Nós, FNLA, somos obrigados a pegar em armas para uma vez mais dizer não aos que desejam oprimir o povo. Voltamos às armas pela mesma razão de 1961. Queremos liberdade. Queremos liberdade e terra para os angolanos», proclamou Daniel Chipenda.
Luciano Borges Gomes, 1º. cabo mecânico de armamento da CCS dos Cavaleiros do Norte: fez 22 e 23 anos a 22 de Julho de 1974 e 1975, no Quitexe e Carmona. É industrial moldes em Leiria |
Ao mesmo tempo, no Caxito, a 50 quilómetros de Luanda, foi impedido o avanço de blindados da FNLA para a capital - faltando saber se pela tropa portuguesa, se por forças do MPLA. A linha de caminho de ferro de Luanda para Malange foi cortada a 40 quilómetros de Salazar (N´Dalatando), cidade «praticamente abandonada». Refugiados daqui, chegaram a Luanda, Nova Lisboa e Sá da Bandeira, enquanto «1000 pessoas refugiaram-se no quartel português». Os acantonados da FNLA no Forte de S. Pedro, em Luanda, continuavam «a resistir ao assédio do MPLA».
Um informador militar português, segundo o Diário de Lisboa, afirmou que «as «forças portuguesas interviriam para interceptar as forças da FNLA e impedi-las de entrar na cidade». Outra novidade e pouco agradável: a cidade de Luanda teria gasolina para apenas 4 dias.
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