Carmona, actual cidade do Uíge, em foto recente, da net: o antigo
Comando do Sector do Uíge e Zona Militar Norte (à esquerda), o Governo
Civil, avenida Capitão Pereira, os CTT e a Câmara Municipal. A estrutura
física é a mesma do tempo dos Cavaleiros do Norte. Há 41 anos!
Três Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423 na piscina de Carmona: os furriéis milicianos António Carlos Letras (à esquerda) e José Fernando Melo, ladeando o alferes miliciano João Francisco Machado |
A saída dos Cavaleiros do Norte, de Carmona para Luanda, foi cuidadosamente preparada. A 23 de Julho de 1975, realizou-se uma primeira reunião (seguir-se-iam as de 28/29) com elementos do Quartel General (QG) da Região Militar de Angola (RMA) para, segundo o Livro da Unidade, «obter os meios necessários à execução de tal operação» - movimento, que «começou a materializar-se a 31 de Julho».
Os furriéis milicianos José Francisco Neto (CCS) e João Domingos Peixoto (adido) num momento de lazer, na messe do Bairro Montanha Pinto |
A FNLA controlava os distritos (províncias) do Uíge e Zaire e, expulsa de Luanda pelo MPLA, aqui queria voltar. Na noite de 24 de Julho de 1975, o Alto Comissário Silva Cardoso convocou vários oficiais para analisar a situação e decidir o que fazer. Na manhã seguinte, segundo Alexandra Marques («Segredos da Descolonização de Angola»), comunicou ao Presidente Costa Gomes que «decidi não me opor a uma eventual entrada da FNLA em Luanda» e que, por preocupação, ordenara «a ocupação imediata e a manutenção a todo o custo da câmara, refinaria, aeroporto, emissora e Grafanil».
A situação de Angola nas páginas do Diário de Lisboa de 24 de Julho de 1975 |
O dia de véspera e em Luanda, foi tempo para novos combates, nos bairros da Cuca e do Cazenga, entre os dois movimentos rivais (MPLA e FNLA). E prosseguiam no Caxito, onde, segundo o Diário de Lisboa, se admitia que «Daniel Chipenda estaria na frente da coluna, a qual englobaria blindados».
Jonas Savimbi, presidente da UNITA e falando em Abidjan, admitia não ver como possível que a independência fosse a 11 de Novembro, devido à situação «muito grave» que se vivia. Acrescentou «haver o risco de surgir um novo Vietname, devido ao desrespeito pelos Acordos do Alvor e de Nakuru». Mas admitia «responder favoravelmente ao convite dirigido soa três movimentos de libertação de Angola para se reunirem em Kampala», na altura da Cimeira da OUA.
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