A cidade de Carmona (Uíge) em Julho de 2010. Parece-nos ser a estrada para o Negage, depois da rotunda (ao alto) que também dá para o Quitexe. É visível o edifício redondo, ex-libris da cidade |
O 1º. cabo Rodolfo Tomás em missão muito especial: a lavar a sua roupa, no Quitexe |
A parada do BC12 em Carmona (Uíge) |
O oficial comandante da força portuguesa falou com o responsável do MPLA mas nada disso evitou que as FAPLA disparassem: «Abriram fogo sobre as tropas portuguesas, que ripostaram, generalizando-se o incidente e provocando mortes e feridos entre as FAPLA e civis», relata(va) o Diário de Lisboa.
O MPLA, em comunicado posterior, deu conta que a não entrega dos responsáveis se deveu «a motivos alheios» à sua vontade e considerou de «estranhas proporções o aparato militar montado pelos portugueses na Vila Alice».
Os combates, noutras áreas do território angolano, continuavam em Malanje, «após ligeira trégua conseguida através da intervenção das autoridades portuguesas» e, neste dia de 1975, não se sabia exactamente o que se passava na zona do Caxito, que havia sido tomada pela FNLA. Especulava-se que o MPLA teria a cidade cercada e que as tropas da FNLA estariam sem possibilidade de avançarem sobre Luanda. Mas a FNLA fazia saber que, citamos o Diário de Lisboa dessa data, as suas tropas «aguardam o reagrupamento de colunas vindas do norte para então avançarem sobre Luanda».
A Luanda para onde os Cavaleiros do Norte, que continuavam aquartelados em Carmona, tinham rotação marcada para daí precisamente uma semana. A cidade uígense aparentava tranquilidade e por lá levedava a ansiedade da população, que foi tendo conhecimento da saída da tropa e a esta de «colava».
O discurso de António Spínola sobre a independência das colónias no Diário de Lisboa de 27 de Julho de 1974. Há 42 anos! |
Um ano antes e com a CCS no Quitexe - e as companhias operacionais em Zalala (1ª. CCAV. 8423), Aldeia Viçosa (2ª.) e Santa Isabel (3ª.) - foi conhecida a mensagem do Presidente da República e da Junta Militar de Angola sobre «a missão das Forças Armadas (...) no sentido de garantir a segurança da população e capacidade de construir uma Angola nova em ambiente de paz e de fraternidade».
Assim, referia a mensagem, «pensa-se vir a verificar-se uma mutação na guerra que se enfrenta desde 196, o que impõe, pela futura situação a viver, um grande espírito de corpo e de missão».
O Presidente da República era o general António Spínola que, num discurso considerado histórico, anunciou ao país e ao mundo, reconheceu «o direito dos povos das colónias a assumirem o sei próprio destino, podendo encaminhar-se, sem qualquer ambiguidade paraa independência política».
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