A baía e cidade de Luanda, em 1975. Em baixo,
notícia do Diário de Lisboa de 2 de Abril de 1975
A Portugália, o Paris Versailles, a Mutamba, o Amazonas, os bares e outros restaurantes da baixa luandina eram pousos dos nossos desejos. Se MPLA e FNLA trocavam «mimos» de guerra, deles não demos conta e os nossos amigos que por lá viviam não mostravam preocupações especiais.
A esse dia, soube-se que o Alto Comissário tinha decretado a proibição de, em Angola, circularem os jornais Expresso e Sempre Fixe (de Lisboa) e Notícias (de Lourenço Marques). Os jornais locais, recordemos, estavam sujeitos a censura - executada por uma comissão had doc, nomeada pelo Alto Comissário - que era o general Silva Cardoso.
O ministro Melo Antunes era esperado em Luanda, nesse 2 de Abril de 1975, e um panfleto do MPLA, distribuído na cidade, convocava os militantes para uma manifestação. E exigia a substituição do Alto Comissário e o regresso do exército da FNLA (o ELNA) aos quartéis.
Jonhy Eduardo, dirigente da FNLA que fazia parte do Colégio Presidencial, em conferência de imprensa, atacou o MPLA e negou «responsabilidades da FNLA nos sangrentos acontecimentos recentemente ocorridos», como relata o Diário de Lisboa. Jonhy Eduardo negou, também, que «tenham existido fuzilamentos e prisões» e acusou o MPLA de «ter provocado o clima de tensão que se viveu nos últimos dias».
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