A missão era chefiada por Abdul Farah, assistente do secretário geral das Nações Unidas (que era Kurt Waldheim) e «chegou a Luanda no meio de uma verdadeira tempestade de protestos públicos». Disse Abdul Farah: «Todo o mundo deseja a paz em Angola e todos os movimentos de libertação possuem, sem dúvidas, dirigentes conscientes, por isso mesmo estamos seguros que, sob orientação desses dirigentes, a prosperidade angolana é verdadeiramente possível».
O mesmo dia foi tempo para, na sede do jornal A Província da Angola (dirigido por Rui Correia de Freitas e apontado como afecto à FNLA), sede ao lado da Portugália (foto), para uma agressão a Daphe De Groot, mulher do cônsul da Holanda em Angola».
«Foi brutalmente espancada», refere o Diário de Lisboa. O mesmo jornal, sobre Rui Correia de Freitas, também proprietário do jornal, dizia que «é um elemento ligado ao ex-regime fascista-colonialista e teve papel de relevo no golpe falhado de 28 de Setembro».
«Ao ser-lhe passado um mandato de captura - referia, ainda, o DL - refugiou-se na África do Sul, tendo regressado em princípios de Março, sob a protecção da FNLA».
Os Cavaleiros do Norte, lá pelo Uíge, continuavam, e com êxito, a sua missão de protecção de pessoas e bens, sem olhar a cores de pele e de política, de religião ou de fé. As primeiras eleições pós-25 de Abril preparavam-se no terreno, com imensos comícios no Portugal Europeu e, em Carmona, os Cavaleiros do Norte iam sendo esclarecidos e operacionalizados.
«Dando a nossa colaboração ao processo revolucionário de Portugal, foi o BCAV. encarregado da montagem das mesas de voto em Carmona», refere o Livro da Unidade. Estávamos a uma semana das eleições para a Assembleia Constituinte, a 25 de Abril de 1975.
Eleições nas quais, eu (foto) e o António José Cruz, em cruzeiro turístico pelo centro/sul de Angola, não votaríamos. Foi a uma sexta-feira, dia do primeiro feriado nacional do 25 de Abril, e ambos continuávamos a vadiar pela zona de Nova Lisboa, já em preparativos para a viagem de comboio que, no caminho de Ferro de Benguela, nos levaria de Nova Lisboa ao Lobito. Uma viagem inesquecível!!!
Eu sou filho da Daphne de Groot. Gostaria de ler o artigo no "Diário de Lisboa". Obrigado
ResponderEliminarBoa tarde:
ResponderEliminarMande-me o seu endereço para
celestinojoseviegas@sapo.pt
Mandar-lhe-ei o recorte.
CViegas