Viegas e Ferreira, ainda no RC4, em Março/Abril de 1974. Reencontraram-se um
ano depois, em Benguela (Angola). Em baixo, Agostinho Neto, presidente do MPLA
A campanha eleitoral para a Assembleia Constituinte - a primeira pós-25 de Abril -, encerrou a 23 deste mês de 1975, «depois de 22 dias de maciça propaganda dos 12 partidos concorrentes e com um reforço notório de concentrações populares» - em estádios de futebol, pavilhões desportivos e praças de touros - no anterior fim de semana.
No mesmo dia em que, em Dar-es-Salan, o presidente Agostinho Neto (MPLA) admitia que «as eleições antes da independência de Angola, previstas para Outubro. podem ser canceladas».
O Governo de Transição, ainda segundo este dirigente, «deve promulgar a legislação que a regulamente». Na altura, frisou, «ainda não foi aprovado um projecto de lei eleitoral apresentado pelo MPLA». que, todavia, como sublinhou, «continuará a sua campanha para as eleições».
Agostinho Neto referiu-se também, aos (então) recentes incidentes de Luanda, oferecendo-se para «participar uma reunião dos presidentes dos três movimentos de libertação». «Em vez de nos alvejar,os uns aos outros, em vez de usarmos a violência, poderíamos discutir os nossos problemas", comentou quem viria a ser o primeiro presidente de Angola.
Ao tempo, a esse dia, continuávamos - eu e o António José Cruz - a passear férias angolanas, mas já no Lobito e Benguela, onde ele tinha família e amigos, oriundos de Cardigos e região, de onde ele é natural. As eleições nada nos preocupavam. As da Constituinte, em Portugal! Ou as que se previam para Angola.
Saboroso e emotivo foi o meu reencontro com o Zé Ferreira, companheiro de escola (em Águeda), instruendo do 3º. Curso de Rangers, em Lamego (1973) e, hoje se pode dizer, um amigo de toda a vida. Até hoje. Era também furriel miliciano de Operações Especiais e tinha sido «desterrado» para Benguela, depois de ter jornadeado em Maria Fernanda, no norte angolano e relativamente perto do nosso Quitexe.
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