Quartel do Negage, onde o comandante Almeida e Brito esteve há precisamente 40
anos - a 20 de Abril de 1975, um domingo, dia de incidentes com a FNLA. Em
baixo, Viegas e Cruz (no Quitexe), que nesse dia, no Caminho de Ferro de Benguela,
viajaram de Nova Lisboa para o Lobito
viajaram de Nova Lisboa para o Lobito
A 20 de Abril de 1975, o comandante Almeida e Brito, acompanhado do capitão José Diogo Themudo (2º. comandante), visitou a CCAÇ, 4741/74, aquartelada no Negage e ao tempo adida aos Cavaleiros do Norte. Coincidiu o dia com «um incidente» com a FNLA - não muito explicado no Livro da Unidade, de que nos socorremos.
«Muito embora se verifique que a nossa actividade está muito circunscrita aos centros urbanos, pois que à FNLA outra coisa não interessa, está-se conseguindo uma situação de calma, fictícia é certo, mas que permite manter-se um dia a dia mais ou menos estável, quebrado por um ou outro incidentes, como sucedeu no Negage, a 20 de Abril», relata o Livro da Unidade, precisando que tal «obrigou à realização de uma reunião conjunta com a FNLA».
Reunião «de modo a obter uma mentalização do que deverá ser a missão das NT e dos Exércitos de Libertação, neste período que decorrer até à independência», acrescenta o Livro de Unidade.
O dia era de domingo e avivou-se-me a memória para a partida, minha e do Cruz, de Nova Lisboa para o Lobito, no comboio do Caminho de Ferro de Benguela. Uma viagem cheia de paragens e de cheiros novos aos nossos hábitos, que nos chegavam das centenas e centenas de angolano(a)s de cor que, com as mais diversas formas de malas e sacos, embrulhos e invenções, carregavam os seus produtos para mercadejar ao longo das paragens da longuíssima viagem.
Brancos, éramos nós e poucos mais, numa partilha de espaço e desembaraço que era prova evidente e viva do convívio inter-racial de que Angola era exemplo magnífico. Há 40 anos!!!
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