Furriéis milicianos Cruz e Viegas no ajardinado de separação da Avenida
do Quitexe (a Rua de Baixo), em Dezembro de 1974. Atrás e à direita, o bar
dos praças. Em frente, a messe de oficiais, casa dos furriéis e secretaria da CCS
Ao jantar, ficámos na mesma mesa e daí cresceu a amizade que, levedada pelo tempo, dura até aos dias de hoje. Na hora do café, a conversa virou-se para o futuro: o que nos esperará em Angola? As notícias do dia não são das melhores. O comunicado oficial do Serviço de Informação Pública das Forças Armadas dá conta de mais mortos: dois em combate (na Guiné e em Angola), um de acidente de viação, na colónia do nosso destino. Em combate, o 1º. cabo Samuel Silva de Faria Quinta, madeirense da Ribeira Braga (em Angola) e Bacar Demba, do recrutamento da Guiné. De acidente e em Angola, o furriel ,miliciano António dos Reis Morais, do Barco, na Covilhã.
Viegas e Cruz, em Lisboa, num dos seus frequentes encontros. Este, 40 anos depois de se terem conhecido em Santa Margarida (a 7 de Março de 1974) |
Agora, nesse tempo de 1974, aí estávamos nós, jovens de 21 para 22 anos, operacionalizados na exigente instrução militar e em vésperas do embarque para a África onde, pelas juras da Pátria, iríamos defender o património político e territorial que aprenderamos a conhecer na escola: o do Portugal que vai (ia) de Minho a Timor!
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