Furriéis milicianos Farinhas (falecido a 14 de Julho de 2005, em
Amarante), Neto e Viegas, com o engraxador Agostinho Papelino
O sorriso, bem ladino e inesquecível, de Agostinho Papelino, o engraxador do Quitexe |
Dia 1 de Março de 1975, véspera da saída da CCS do Quitexe, rumo a Carmona! Era sábado e o dia da guarnição da CCS foi passado tranquilamente, em fecho de malas e passagens breves pelos «templos» da vila: o Rocha, o Pacheco, o Topete, o Morais, talvez outros..., para o adeus bebericado à vila-mártir de 1961, que nossa casa foi entre 6 de Junho de 1974 e 2 de Março de 1975.
Passei depois, já noite bem dentro, pela Igreja da Mãe de Deus, passeando o adro que ia desde a parada militar e chegava à missão do padre Albino Capela. Já era bem de noite, uma noite muito quente.., mas ainda assim muito nostálgica, espreitando o luar avermelhada que se estendia para além do horizonte, escondendo-se atrás da floresta, até onde os nossos olhos podiam ver. Fui chamado da vedação por alguns «pelrec´s», que bebiam cervejas fresquíssimas, tiradas de uma pequena arca, alimentada a petróleo. E apareceu o Pepelino!!!
A igreja do Quitexe (ao fundo), o sítio do quartel (onde se vê a árvore, à direita) e a Estrada do Café (ou Rua de Cima) do Quitexe, vistos do lado do jardim da vila |
Na caserna do PELREC, bebidas as cervejas, futurámos os dias seguintes e fui até ao quarto, onde o Neto já se entregava a Morfeu. Não sem, antes, passear vagarosamente pela Ruas de Cima (a Estrada do Café, de Luanda a Carmona) e de Baixo (a avenida). Uma espécie de adeus antecipado algumas horas.
Lembro-me perfeitamente do papelinho,ele era um miúdo cómico engraçado e esperto.Ele tocava todos os toques militares,com uma simples mangueira de água.Ao levantar e ao rear da bandeira lá estava ele a acompanhar o Clarim.O Papelinho com um bocado de mangueira tocava melhor que os Clarins e corneteiros.Uma ocasião o papelinho foi à enfermaria dizendo que tinha pouca força,eu então lhe disse:deita-te aí na Marquesa que eu voute dar uma injecção e tu ficas com muita força.Então peguei num cm cúbico de água destilada e deilhe a injecção,aquilo arde muito e eu disselhe corre que já estás com muita força.Então ele coreu o quarteirão do Quitexe e quando chegou ao ponto de partida ou seja à enfermaria disse Hei!!!! meu isto é que é correr que nem me apetece parar,eu então lhe disse continua a correr.São brincadeiras de mau gosto,mas enfim era assim que muitas vezes nos divertia-nos.Um abraço de Alfr4edo Coelho (BURAQUINHO)
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