Os furriéis milicianos Viegas e Cândido Pires na aldeia do Talambanza, à
saída do Quitexe e na Estrada do Café, para Carmona
Rogério Raposo, à direita, com outro Cavaleiro do Norte de Zalala, mas ao tempo já em Vista Alegre, nas quedas do Duque de Bragança, em turismo... militar! |
Aos 12 dias de Março de 1975, chegaram a Carmona (e à guarnição dos Cavaleiros do Norte) ecos dos acontecimentos da véspera, no Portugal europeu. «Intentona fracassada em Lisboa», titulava o jornal «Diário de Luanda», em letras garrafais, referindo-se à falhada tentativa de golpe de Estado dirigida por António Spínola, que a 30 de Setembro de 1974 se demitira da Presidência da República.
A informação chegava a Carmona mais rapidamente que ao Quitexe (que ficava a apenas 40 kms.), principalmente pela imprensa escrita de Luanda - que raramente aparecia na vila-mártir de 61, mas surgia na capital uíjana no avião das 5 da tarde. Mas era pouco clara, mais se assemelhando a boatos que circulavam de boca em boca, com despachos das agências noticiosas nem sempre esclarecedores - o que fazia aumentar a incredibilidade e a suspeição.
O que nos chegava, sem grandes pormenores, era que, a partir da Base Aérea da Tancos, aviões e helicópteros tinham atacado o RAL1, perto do aeroporto de Lisboa, logo pela manhã (9 horas) de 11 de Março, que ao princípio da tarde tinha sido dado o ataque como controlado e que Spínola fugira para Espanha.
Títulos de vários jornais de Lisboa, a propósito do 11 de Março de 1975 |
Preocupou-nos muito, tal situação na capital do Portugal europeu?
Não errarei se disser que continuámos a nossa vida na tranquilidade dos deuses, cumprindo as nossas missões e tentando compreender, isso sim, a hostilidade que cada vez mais notávamos da parte da comunidade civil. Eu próprio, com o Cruz a pouco mais de duas semanas de férias, riscávamos dias no calendário, até ao nosso voo para Luanda e para a Angola do centro e sul que planeávamos ir conhecer.
- 3 333. O post de hoje tem este número mágico: 3 333!!!
Por outras palavras, 3 333 vezes (e até foram bem mais...) que
o blogue Cavaleiros do Norte aproximou a rapaziada que, há 41
e 42 anos, cumpriu, com garbo e orgulho, a jornada africana do
Batalhão de Cavalaria 8423 por terras do Uíge angolano.
Enquanto pudermos e se justificar, por cá continuaremos!
Abraço para todos!!!
CV
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