Cavaleiros do Norte: Soares e Oliveira (1ºs. cabos), Pais, Rocha (furriel),
Estrela (1º. cabo, de braços cruzados), Silva, Hermida (alferes(, Zambujo, Pires
(furriel), Felício (3ª. CCAV.), José Mendes, Soares, Pires (Fecho-eclair?, de
mão no queixo, 1º. cabo). Em baixo, NN, Costa, Salgueiro, Cruz (furriel) e Tomás (1º. cabo)
Aos 24 dias de Março de 1975, o capitão José Diogo Themudo assumiu o comando interino do Batalhão de Cavalaria 8423, substituindo o tenente-coronel Almeida e Brito que, também interinamente e nessa data, foi assumir o comando da Zona Militar Norte (ZMN) e para esta deslocado.
Os Cavaleiros do Norte, aquartelados no B12, continuavam a sua missão, adaptando-se aos novos desafios - os que a cidade oferecia. Cumprido serviços internos, garantindo a segurança de pessoas e bens - na cidade, nas zonas urbanas e nos itinerários - e procurando as coisas boas da vida.
Ao fins de tarde de Carmona, galgavam-se as sombras que tingiam as casas das cores do pôr-do-sol e nós lá íamos piscar os olhos para a Rua do Comércio, palmilhar a avenida Portugal e a praça principal da cidade (da Câmara. da ZMN, do Tribunal e dos CTT...), a cheirar cios e encher as esplanadas da nossa sede de vida.
A Transmontana era outro «poiso» dos meios de tarde e noites carmonianas, entre a «janta» e uma provável ida ao cinema. Não era taro, bem pelo contrário, devorarmos um bom bife com ovo a cavalo no Escape - restaurante de moda, ao tempo!... -, ou darmos uma saltada ao Shop-Shop, ao Chave d´Ouro, ao Arouca, ao Bar do Eugénio ou ao Safari (entre outros), entre outros dos muitos bares, restaurantes e esplanadas da cidade.
O restaurante Escape, na esquina ao fundo, do lado esquerdo. Era local de culto gastronómico de Carmona (actual cidade do Uíge), há 41 anos! |
Somavam-nos vida e prazer! Ou ir ao Diamante Negro, bem pertinho do estádio do Recreativo do Uíge, por onde nos (des)fazíamos em rolos de carne cor de ébano! Bons tempos!!!
Bem mais complicadas iam as coisas por Luanda, onde, na madrugada dessa segunda-feira de há 41 anos (24 de Março de 1975), continuavam, desde sábado anterior (dia 22) os tiroteios entre MPLA e FNLA, nos bairros do Cazenga, Sambizanga, Marçal e Vila Alice. Nessa madrugada, houve intenso tiroteio bem perto da Avenida o Brasil e já se contavam 11 mortos (dois civis, entre eles) e dezenas de feridos. Com uma agravante: a tropa portuguesa recusava-se a intervir, alegando o tenente-coronel Almendra (comandante da Zona Militar de Luanda) que era uma questão entre os dois movimentos.
Assim ia o processo de descolonização de Angola, com o Acordo do Alvor claramente em risco!! Como o tempo confirmaria!
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