CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

3 475 - Comandos e paraquedistas na rotação dos Cavaleiros do Nortre

Carmona, actual Uíge e capital do distrito/província do mesmo: a estrada
 para a vila do Quitexe, tirada do lado da cidade. É a chamada Estrada do Café

O 1º. cabo Rodolfo Tomás na saída de Carmona, naEs-
trada do Café - que vai até Luanda e passa no Quitexe



O 1 de Agosto de 1975 - há precisamente 41 anos!!!... - foi uma sexta-feira e dia de chegada, directamente de Luanda, de uma Companhia de Paraquedistas (que estacionou na Base Aérea do Negage), para a operação da saída do Batalhão de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423) - os Cavaleiros do Norte - de Carmona, para Luanda. Que iria começar no domingo seguinte, dia 3.
Bar da Messe de Sargentos da CCS, no
Bairro Montanha Pinto, em Carmona
«Foram marco inesquecível do trabalho do batalhão na RMA os seis primeiro dias do mês», relata o Livro da Unidade, historiando, também, a chegada, a 31 de Julho e  1 de Agosto, das «viaturas que nos ajudariam a transportar o BCAV, escoltados por uma Companhia de Comandos (chegada na véspera, dia 31 de Julho) e outra de Paraquedistas» - a 1 de Agosto.
«Houve que preparar o movimento, com os cuidados que tal requeria, dado saber-se a oposição que a FNLA iria fazer e dado também se saber ir atravessar-se uma zona de conflito armado entre a FNLA e o MPLA, dominado por este pelo seu poder popular», relata o Livro da Unidade.
Militarmente, a cidade aparentava tranquilidade mas a população civil «conhecedora do movimento das NT, insegura no seu dia a dia, descrente do seu futuro e receosa de quaisquer represália, resolveu-se pelo êxodo e começou a sentir-se que iriam acompanhar a nossa coluna centenas de viaturas, com alguns milhares de desalojados que procuram o refúgio protector das NT», relata o Livro da Unidade.
A situação no Caxito e Luanda (para onde íamos e onde, no forte de S. Pedro da Barra continuavam acantonados 600 homens da FNLA) «mantinha-se sem alteração», mas Malange, Novo Redondo e Porto Amboím «continua(va)m a viver momentos críticos».
«As acções de fogo prosseguem entre a FNLA e o MPLA», noticiava o Diário de Lisboa.
O Luso também «registou confrontos armados», presumindo-se que entre o MPLA e a UNITA, relatando o Diário de Lisboa que «estas acções de fogo impediram que aterrasse ali uma avião da Força Aérea».
Em Nova Lisboa, «militares da FNLA assaltaram o posto distrital da Polícia, onde ficou temporariamente retido o capitão Faria, do comando territorial local». Este oficial português relatou que «a FNLA montou um dispositivo de grande aparato, para retirar material de guerra diverso, que encontrou nas instalações de Polícia».
Mapa de Cabinda
O mesmo dia 1 de Agosto foi data para Luís Ranque Franque, presidente da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), declarar a independência de Cabinda - um «território da África Ocidental rico em petróleo». como noticiava o Diário de Lisboa.
A proclamação foi feita em Cabinda, no decorrer de uma conferência de imprensa e logo depois de concluída em Kampala, a Cimeira da OUA - que decidira enviar uma comissão para Angola, para actuar como medianeira entre os três movimentos angolanos de libertação - MPLA, FNLA e UNITA, sem falar da FLEC.
Recusaram-se, de resto, a ouvir Luís Ranque Franque, ainda que fosse ouvido por Idi Amin Dada, presidente do Uganda e da OUA. Mas já só Mobutu Sese Seko, presidente do Zaire, era partidário da auto-determinação de Cabinda.

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