Cavaleiros do Norte na parada do Quitexe: 1ºs. cabos Soares, Oliveira e
Pais, furriel Rocha (de boina), 1º. cabo Estrela (de braços cruzados),
Silva, alferes Hermida, Zambujo, furriel Pires (de braços cruzados),
Felicíssimo, Mendes, Soares, 1º. cabo Pires (Fecho-Eclair) e NN. Em
baixo, NN, 1ºs. cabos Mendes e Salgueiro, furriel Cruz e 1º. cabo Tomás
José António Nascimento. José Lino e Plácido Queirós: três cavaleiros do Norte num momento de boa disposição |
Os combates, referia o Diário de Lisboa, prosseguiam «diariamente entre os movimentos rivais, sem nunca se apresentar um vencedor definitivo». Os recontros, acrescentava o jornal da capital portuguesa, «deslocam-se no mapa do território e todos os dias de dissipa mais a eventualidade de um acordo de cessar-fogo». Por outro lado, «os movimentos vão procurando obter armas, segundo as suas alianças, e treinam os seus combatentes como que a preparem-se para lutar por vários anos».
Furriéis milicianos José Pires e Neto na rampa da messe de sargentos (ex-oficiais) do Bairro Montanha Pinto em Carmona |
O acordo tinha referência específica à Facção Chipenda (ao tempo aliado da FNLA), admitindo que «os seus homens poderão ingressar no MPLA, se assim o desejarem».
Pior, bem pior, iam as coisas por Nova Lisboa - de onde eu continuava sem notícias dos familiares e amigos que por lá faziam pela vida. A cidade (actual Huambo) estava em polvorosa: «As perseguições a militantes e simpatizantes do MPLA atingem enorme violência. Tropas e muitos militantes daquele movimento refugiaram-se nos quartéis portugueses, aguardando agora que um contacto entre o MPLA e a UNITA possa estabelecer a sua retirada da cidade e a troca de prisioneiros».
A cidade estava a receber dezenas de milhares de refugiados, oriundos de várias partes do território angolano: «O êxodo em direcção à capital do Huambo continua, agora a partir de Sá da Bandeira, fazendo aumentar constantemente o número de refugiados, que poderá atingir em breve os 150 000», referia o Diário de Lisboa, acrescentando que «as evacuação de Nova Lisboa para Portugal estão, nesta altura, a processar-se na ordem das 4000 pessoas por semana, esperando-se que este número possa ser em breve aumentado para o quádruplo».
A agravar a situação huambana, notava-se «a falta de electricidade, carência de produtos alimentares e deficiente assistência médica».
Enquanto isso,
Uma página do Diário de Lisboa de 25 de Agosto de 1975, há 41 anos, com notícias de Angola |
O Diário de Lisboa (ver a imagem ao lado) desse dia 25 de Agosto de 1975 considerava que «o cancelamento não significa o fim dos contactos entre os dois movimentos», admitindo até que nos próximos dias se poderia vir a realizar «em outro local de Angola, ou até mesmo em Lisboa».
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