A família Resende - o casal Fátima e José Bernardino, com as filhas e o
irmão Albano Resende - o furriel Viegas e o capitão Domingues, em
Luanda, há 41 anos. A comunidade civil queria ser transportada para Lisboa
João Marcos (que hoje festeja 64 anos, no Pego, em Abrantes) e Raúl Caixarias: dois Cavaleiros do Norte do PELREC, ainda no Quitexe e em 1974 |
O dia de domingo, 24 de Agosto de 1975, foi tempo, na cidade de Luanda, de uma manifestação de «cerca de 2 000 brancos, na praça do mercado municipal», para, noticiava o Diário de Lisboa, «pedir maior rapidez a evacuação de refugiados e pessoas desalojadas para Portugal». Algumas, acrescentava o vespertino da capital portuguesa, «estão há mais de três meses à espera de partir».
Os manifestantes mostravam cartazes «pedindo que fossem destacados mais aviões e navios para a operação» e, ainda segundo o DL, «apesar do seu visível desespero, portaram-se ordeiramente e sem violência».
Aeroporto de Carmona em 1975 |
Ao mesmo tempo, o MPLA sublinhava a acusação de «aviões do tipo Skymaster, provenientes de bases americanas na Alemanha Federal, estarem a efectuar um vaivém entre Kinshasa (Zaire) e Carmona (norte de Angola), onde estão concentradas importantes tropas da FNLA».
Carmona, a nossa Carmona, de onde os Cavaleiros do Norte tinham saído 20 dias antes. Esses aviões, e a acusação já nem era só de agora, «estariam a fornecer armamento, incluindo canhões de longo alcance».
A acusação foi desmentida pelas autoridades norte-americanas e o MPLA acrescentava a esta acusação a de «200 instrutores chineses estarem a uns 80 quilómetros a norte de Luanda, perto do Caxito» e uma outra: a de «mercenários do Zaire, da Tunísia a afro-americanos combaterem ao lado da FNLA».
Notícia do Diário de Lisboa sobre a manifestação de 2000 brancos em Luanda, a 24 de Agosto de 1975 |
Acusava era a UNITA de «estar a ser materialmente apoiada pela Zâmbia», e, mais que isso, de «misteriosamente (...) munida de armas portuguesas». Sabe-se lá!
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