Os 1ºs. cabos Joaquim Rama Breda, condutor, que hoje faz 64 anos na Barosa,
em Leiria (já aposentado), e Victor Manuel da Cunha Vieira (o Sacristão),
da Vidigueira, num momento musical no Quitexe
Fernandes (3ª. CCAV. 8423) e Viegas (CCS), dois furriéis milicianos Cavaleiros do Norte na Avenida do Quitexe, em Janeiro de 1975 |
A 22 de Agosto de 1975, uma sexta-feira de há precisamente 41 anos, chegaram a Luanda ecos de uma frustrada tentativa de golpe militar em Lisboa. Golpe que por lá, sem grande informação, não entendemos muito bem, ou mesmo nada. Relatava o Diário de Lisboa, através do seu correspondente na capital angolana, que «aparentemente estava despoletada (...) uma das crises mais perigosas da vida política nacional dos últimos tempos».
Base Aérea ao Negage, em foto dos anos 70 (tirada da net). Há 41 anos, a FNLA estaria ali a receber armamento americano pesado, a chegar do Zaire |
A ser verdade, e ainda segundo o DL, «tal facto apenas vem confirmar diversos boatos que falam da presença de americanos e chineses na orientação das forças da FNLA que actuam naquele sector».
Outra notícia do dia tinha (relativamente algo) a ver com os os Cavaleiros do Norte, mais propriamente com a base do Negage, onde, segundo o MPLA, estariam a pousar aviões que «transportam material de armamento, entre o qual canhões, provenientes de bases americanas da Alemanha». Estariam, não estariam?
«Há uma ponte aérea entre Kinshasa (Zaire) e Negage, no norte de Angola, para transportar as armas destinadas à FNLA», denunciava o MPLA.
A UNITA e a FNLA, em Nova Lisboa, divulgavam um comunicado sobre «os graves desmandos cometidos por certos destacamentos das FALA contra unidades das Forças Armadas Portuguesas que eram evacuadas para Nova Lisboa», que tinham ocorrido «no decurso da última semana e princípio desta», nomeadamente em Cela, Nidugo, General Machado e Chicala.
Notícia do Diário de Lisboa sobra o abate de mercenários nos combates do Caxito |
Enquanto isso, o MPLA conquistou Lucala (importante nó rodoviário da estrada entre Luanda e Malange) e em Sá da Bandeira «recomeçaram ontem as confrontações, opondo o MPLA à nova FNLA/UNITA».
Os Cavaleiros do Norte aquartelavam-se no Grafanil e asseguravam os serviços internos - embora sempre na expectativa de poderem intervir a qualquer momento. O que, felizmente, não voltou a acontecer.
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