O comandante Bundula, da FNLA (à direita), à conversa com o capitão miliciano
José Manuel Cruz, comandante da 2ª. CCAV. 8423, em Aldeia Viçosa. À esquerda,
com a mão na boca, o capitão José Paulo Fernandes (comandante da 3ª. CCAV.)
O furriel miliciano Viegas, a ler o Expresso, no varandim da Casa dos Furriéis, no Quitexe |
O 9 de Novembro de 1974 foi um sábado e dia da Lúcio Lara, chefe da Delegação do MPLA em Luanda (aberta na véspera), participar num comício e, depois, em reunião com a Junta Governativa de Angola, presidia pelo almirante Rosa Coutinho.
«Uma multidão de 50 000 pessoas aclamou ontem a Delegação do MPLA, chefiada por Lúcio Lara, que vem estabelecer-se no território como movimento político, depois de combater durante 143 anos contra as forças portuguesas», noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «é constituída por elementos vindos de Lusaka e Brazaville».
Os Cavaleiros do Norte, por essa altura, continuavam as suas tarefas de ordem e, operacionalmente, escoltavam os trabalhadores da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA), que mantinham «os trabalhos na estrada Aldeia Viçosa-Ponte do Dange» e também a continuação do «arranjo da estrada Quitexe-Camabatela».
Notícia do Diário de Lisboa de 9 de Dezembro de 1974 |
A sul, ainda seguindo o DL (citando a France Press e a Reuters) registava-se «a entrada dos mercenários no Lobito, comandados por um oficial sul-africano e pelo coronel Alves Cardoso, elemento conhecido pelas suas ligações com Jorge Jardim e Spínola». Esta entrada, e continuamos a citar o DL, «representa uma tentativa para estabelecer contacto com a Frente Norte, chefiada pelo tenente-coronel Santos e Castro».
Tentativa estratégica que, frisava o jornal vespertino de Lisboa, «tem falhado, face à resistência oferecida pelas FAPLA». O jornal dava conta, ainda, de que «este avanço, a sul, é acompanhado de sucessivas proclamações da Rádio Lubango (ex-Sá da Bandeira), que lança vivas à «Angola Portuguesa» e «morras» à UNITA, FNLA e MPLA», o que, sublinhava o Diário de Lisboa, «marca a verdadeira face racista desta invasão a partir da África do Sul».
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