CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

3 303 - Cavaleiros a rodar e movimentos inconciláveis

Grupo de furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, junto ao
bar A Cubata: Agostinho Belo (Alcains), Ângelo Rabiça (de Vila Real, em
Guimarães), José Adelino Querido (Lisboa), Victor Mateus Guedes (falecido
a 16 de Abril de 1998) e António Fernandes (Braga)


A Fazenda Santa Isabel, onde esteve
aquartelada a 3ª. CCAV. 8423, comandada pelo
capitão miliciano José Paulo Fernandes
Os primeiros dias de Novembro de 1974, para além dos serviços operacionais de ordem, envolveram também tarefas de protecção aos trabalhos do pessoal da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA), quer na estrada do café, entre Aldeia Viçosa e Ponte do Dange (a cargo dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423), quer do «arranjo da estrada Quitexe-Camabatela» (pela CCS e, essencialmente pelo PELREC e Pelotão de Sapadores).
A 2 desse mesmo mês, houve troca de pelotões da 3ª. CCAV., em «missão de serviço» no Quitexe. Chegou o grupo do alferes Carlos Silva, que integrava os furriéis milicianos Alcides Ricardo e António Luís Gordo, e partiu o do alferes Augusto Rodrigues, com os furriéis Graciano Silva e José Fernando Carvalho. A rotação total da CCAV. 8423, de Santa Isabel para o Quitexe, seria em Dezembro seguinte - completando-se no dia 10.
A 3 de Novembro de
Ordem de serviços com as rotações de
dois grupos dos Cavaleiros do Norte de Santa
Isabel, de e para o Quitexe
1975, um ano depois (há 40!!!), as notícias não eram as melhores. A independência de Angola estava marcada para o dia 11 e quanto a cessar fogo, não... havia!!! E o Governo Português fazia saber que não iria estar presente nas cerimónias comemorativas - embora se admitisse, ao tempo, que o Alto Comissário Leonel Cardoso «esteja em Luanda», segundo noticiavam as Agências Reuters, France Presse e ANOP, citadas pelo Diário de Lisboa.
O MPLA mantinha a sua intransigente posição de «não aceitar qualquer reconcialiação» com a FNLA e a UNITA, que rotulava de «movimentos fantoches». O presidente Agostinho Neto reafirmou isso mesmo na 5ª.-feira anterior (30 de Outubro), em vésperas da Cimeira de Campala, convocada por Idi Amin (presidente da OUA e do Uganda).
Notícia do Diário de Lisboa de 3 de
Novembro de 1975, sobre o não
cessar-fogo em Angola
Quanto à cimeira, foi reiniciada precisamente a 3 de Novembro de 1975 e confirmava-se o não cessar-fogo que chegou a ser anunciado para as 6 horas de 1 de Novembro. «A Luanda, chegam notícias de confrontações armadas nas três frentes, o que desmente a anunciada trégua em todo o território», noticiava o Diário de Lisboa.
A OUA decidiu convocar uma reunião de emergência, «afim, de discutir o conflito angolano». Idi Amin propôs o envio de «uma força de paz africana», mas tal foi recusado pelos três movimentos.

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