Cavaleiros do Norte da 2ª. CAV. 8423 na capela de Aldeia Viçosa: o Abrantes
e o Aniano Tomaz, ambos condutores. A fé nunca não abandonou os crentes do Batalhão
A 13 de Novembro de 1974, o capitão José Paulo Falcão, comandante interino do Batalhão de Cavalaria 8423, esteve reunido no Comando do Sector do Uíge, em Carmona, no BC12. Foi mais um encontro de trabalho dos comandantes das várias unidades do CSU.
O mesmo dia, mas no Quitexe, foi igualmente tempo para mais uma reunião da Comissão Local de Contra-Subversão. O mês de Novembro de 1974, lê-se no Livro da Unidade, «pode dizer-se que se caracterizou por uma acalmia não encontrada há longos anos».
Não era assim em todo o território angolano. Um despacho da Reuters, publicado no Diário de Lisboa desse dia 13, dava conta de que «a capital angolana está a regressar à normalidade, depois de dois dias de tiros e fogos postos, em que encontraram a morte mais de 50 pessoas e ficaram feridas mais de 100».
A madrugada dessa quarta-feira registou «tiroteios esporádicos e os motoristas em greve de protesto contra os assaltos e tiros na estrada de Luanda para o Dondo», regressaram ao trabalho, «depois de o Governo ter anunciado que intensificará as patrulhas militares naquela estrada».
Em Cabinda, por seu lado, «soldados negros que anteriormente pertenceram às forças especiais portuguesas, continuaram a ter em seu poder 39 reféns, numa posição fortificada sobranceira a fronteira com o Congo-Brazaville» - cercados pela tropa portuguesa, porém com dificuldades desta em intervir, por causa dos reféns.
Os soldados negros, segundo o Diário de Lisboa, eram «aparentados da FLEC», um movimento que procurava «obter autonomia total» do Enclave, que era (é) uma «região rica em petróleo». Apresentaram uma lista de exigências para libertar os 39 prisioneiros.
Notícia do Diário de Lisboa de 13 de Novembro de 1974, sobre os 39 reféns dos rebeldes cercados pela tropa portuguesa |
Um ano depois, já com Angola independente e os Cavaleiros do Norte há mais de 2 meses em casa, o MPLA dava como «praticamente certa a participação de um vasto leque de independentes no futuro Governo». Falava-se mesmo de «alguns nomes ligados à Junta Governativa, ao tempo do almirante Rosa Coutinho, e, posteriormente, a várias Secretarias de Estado Governo de Transição».
Agostinho Neto, num jantar comemorativo da independência de Angola, recusou-se a cortar o bolo, que tinha desenhadas (a chantilly) todas as 12 províncias da jovem nação: «Nunca devemos repartir Angola», disse o já então Presidente da República.
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