CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 7 de novembro de 2015

3 307 - Sacrifícios dos Cavaleiros e dias cruciais para Angola

O furriel Américo Rodrigues, da 1ª. CCAV. 8423 (a de Zalala) com quatro 
combatentes da FNLA. Em Vista Alegre, em 1974/75, depois da rotação dos «zalalas»

Os furriéis José Avelino Lopes (de
Barcelos), Agostinho Belo (Alcains) e
Graciano Silva (Lamego). Os três da 3ª. CCAV.
8423, a da Fazenda Santa Isabel


A rotação dos Cavaleiros do Norte começou a ser preparada em Novembro de 1974 e iria desenvolver-se, como refere o Livro da Unidade, «à custa de verdadeiros sacrifícios» do efectivo militar, nomeadamente «dadas as carências de meios auto que permitam a materialização desses movimentos, os quais envolviam não uma simples mutação, mas, sim, a extinção de aquartelamentos».
Viriam a ser os casos de Zalala e Santa Isabel (respectivamente, da 1ª. CCAV. e da 2ª. CAV. do BCAV. 8423) e o Liberato, onde estava estacionada a CCAÇ. 209/RI 21. E só não foi Ponte do Dange porque os «zalalas», entretanto já em Vista Alegre (totalmente, a partir de 25 de Novembro), lá tinham permanentemente destacado um grupo de combate,
A 7 de Novembro de 1975, uma sexta-feira, com o dia da independência (11) cada vez mais próximo, cada hora que passava era mais importante que a outra. Aproximavam-se «três dias cruciais».
O Diário de Lisboa de 7 de Novembro
de 1975, há precisamente 40 anos, deva conta
dos «três dias cruciais» que se aproximavam.
Cruciais ara Angola
«Todos os observadores consideram que os próximos dias serão desesperadamente explorados pelas forças racistas e reaccionárias, no sentido de tentarem imprimir uma viragem de ultima da hora na situação, impedindo o MPLA de proclamar a independência», noticiava o Diário de Lisboa, em serviço do seu enviado especial Eugénio Alves e do Diário de Luanda.
Luanda, onde o MPLA iria declarar unilateralmente a independência, era «o alvo principal», mas relata(va) o DL de 7 de Novembro de 1975, «as FAPLA resistem com êxito, contendo o inimigo nas suas posições e infligindo-lhe mesmo pesadas derrotas nalguns pontos das duas frentes»
Noticiava o jornal: «Depois de desbaratarem as forças mercenárias na zona de Benguela, as FAPLA registaram nova vitória na Frente do Caxito, considerada como uma das maiores já infligidas ao inimigo desde o início desta segunda guerra de libertação nacional».
O combate ocorreu na zona de Quifandongo e, na versão do MPLA (citado pelo DL), «o inimigo sofreu pesadas baixas em homens e material, tendo tido que recuar, o que levou as FAPLA a reocuparem as vias de Piri e de Quibaxe, que haviam caído há 20 dias».
AS FAPLA também foram vitoriosas dos combates de Benguela. «Atraíram o inimigo ao deserto, onde o cercaram, iniciando a sua flagelação. Esta manhã,  os mercenários ainda lá se encontravam, isolados das suas bases e constantemente atacados pelas FAPLA», noticiava o Diário de Lisboa. Esta manhã, a de 7 de Novembro de 1975 - um manhã das manhãs dos três dias decisivos que eram vésperas da independência de Angola.
Do morte, aos costumes, nada de se sabia, nada se noticiava. A zona era da FNLA e não havia notícias de lá. 

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