Oficiais dos Cavaleiros do Norte na avenida do Quitexe e em frente ao
edifício do comando: os alferes Jaime Ribeiro e António Garcia e os tenentes
Acácio Luz e João Mora - que faleceu há 23 anos, a 21 de Abril de 1993! RIP!!!
O objectivo era, como facilmente se imagina, esclarecer o pessoal da guarnição sobre o acto eleitoral, que era absoluta novidade para toda a gente - não só para os militares, como também para os civis. Como seria, como não seria!...
O dia foi de viagem aérea, minha e do António Cruz, do Lobito para Luanda, a bordo de um avião dos TAAG (Transportes Aéreos de Angola) e com um grande «cagaço» na chegada à capital, ao sobrevoar Catete, quando a aeronave «caiu» num poço de ar e nos sentimos (todos os passageiros) pendurados por onde não digo. Mas lá aterrámos e, logo depois, pousámos malas no Katekero e «voámos» para a baixa, à procura de «matar» a fome.
Luanda, à imagem de semanas antes - quando por lá começamos as férias abrilina desse 75 de há 41 anos!... - aparentava calma, mas ficámos a saber que, afinal, as eleições (previstas para Outubro) poderiam ser adiadas.
«Podem ser canceladas...», admitia Agostinho Neto, presidente do MPLA, falando em Dar-Es-Salam, e citado pela agências ANI e AP.
A legislação ainda não tinha sido elaborada, muito menos aprovada e sequer regulamentada. A «falha» era do Governo de Transição e Agostinho Neto falou do projecto de lei que, para o efeito, o MPLA tinha apresentado, assegurando, por outro lado, que o seu movimento/partido «continuaria a fazer a sua campanha». E falou também dos (então) recentes incidentes em Angola, oferecendo-se para «uma reunião dos presidentes dos três movimentos» - o MPLA, a FNLA e a UNITA.
«Em vez de nos alvejarmos uns aos outros, em vez de usarmos a violência, poderíamos discutir os nossos problemas» , disse Agostinho Neto.
Agora, a 20 de Abril de 2016, dois Cavaleiros do Norte do PELREC (o ex-furriel Viegas e o ex-1º. cabo Soares) reencontraram-se no Laranjeiro, em Almada - a terceira vez, depois do regresso de Angola.
A «viagem» foi feita com o prestabilíssimo João Nogueira, condutor da Companhia do Liberato, e a memória avivou-se, lembrando muitos nomes e personagens da nossa jornada africana do Uíge angolano. Por sorte (ou azar), não achámos o Ezequiel Silvestre (a trabalhar), o João Pinto (mudou de residência) e o Dionísio Baptista (na Suíça). Um dia os «acharemos», para rebobinarmos a vida e fazermos história do tempo em que fomos companheiros os Cavaleiros do Norte.
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