Cavaleiros do Norte do Parque-Auto. De pé, Teixeira (estofador), Malheiro,
Frangãos (Cuba), Marques (Carpinteiro, falecido a 1 de Novembro de 2011),
Pereira (condutor), Gaiteiro e Teixeira (pintor). Em baixo, Monteiro (Gasolinas),
Pereira (mecânico), Celestino, Gomes (condutor, que hoje faz 64 anos),
Mendes (bate-chapas) e Miguel
Há 42 anos, dia 27 de Abril de 1974, os portugueses viviam a explosão revolucionária resultante do 25 de Abril e, por todo o país, multiplicavam-se manifestações. De Angola chegavam notícias, nomeadamente do Comando-Chefe das Forças Armadas, dando conta que até às 16 horas de 26 de Abril «não foi recebida qualquer comunicação oficial sobre os acontecimentos da metrópole».
O Diário de Lisboa de 27 de Abril de 1974, apenas dois dias depois da revolução. Há 42 anos!!! |
O Governador Geral de Angola, o engº. Fernando Augusto Santos e Castro, emitiu nesse dia um comunicado de demissão: «Às 23 horas e 30 minutos do dia 26 do corrente foi-me entregue uma mensagem da Junta de Salvação Nacional, que me demite das funções de Governador Geral de Angola. Amanha, sábado, ás 12 horas, entregarei o Governo-Geral de Angola ao encarregado do Governo que me foi indicado, o excelentíssimo secretário geral». Tratava-se do então tenente-coronel Soares Carneiro - que anos depois seria candidato a Presidente da República.
Agostinho Neto, em Montreal (no Canadá), afirmava que «uma federação como a que foi proposta pelo general Spínola, isto é uma federação onde Portugal terá a última palavra, não nos convém». «O MPLA luta, desde sempre, por uma independência completa (...). A luta multiforme do nosso povo continuará até à liberdade», disse o presidente Agostinho Neto, acrescentando que «o MPLA declara-se pronto a negociar com Portugal o problema do nosso país».
Um ano depois, eu e o António Cruz continuávamos em Luanda, a quase fechar as nossas férias angolanas, divertindo-nos na imensa metrópole, tão cheia da atracções e desejos - que por lá satisfazíamos tardes e noites adentro, geralmente depois do «mata-bicho» matinal, na Portugália, e da leitura dos jornais do dia, que o Rebelo Carvalheira (jornalista do A Província de Angola) connosco dividia: o próprio Província, o Comércio, o ABC, a revista Notícia (quando saía) ou até o Diário de Luanda da véspera e alguma imprensa de Lisboa, naturalmente atrasada.
Grandes e utílimas conversas ali tínhamos, sobre a actualidade angolana e portuguesa, expectando o futuro mais próximo. Querendo adivinhá-lo!
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