CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 9 de outubro de 2016

3 544 - Violentos combates FNLA/MPLA na ZA dos Cavaleiros do Norte

Cavaleiros do Norte de Zalala, a 1ª. CCAV. 8423, todos furriéis milicianos: 
Jorge Barreto, Plácido Queirós e Victor Costa (de pé), Américo Rodrigues, 
José Louro, Jorge Barata (falecido a 11/10/1997, de doença e em Alcains), 
Manuel Dinis Dias (falecido a 20/10/2011, de doença e em Lisboa)


O furriel miliciano José Carvalho, atira-
dor de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, no
varandim da Casa dos Furriéis do Qui-
texe, em 1975. Há 41 anos!


Os tempos de Outubro de 1974 iam-se passando mas aqui e ali com algumas conhecidas acções (inesperadas) do homens da FNLA (o movimento angolano mais influente da zona de acção dos Cavaleiros do Norte), que nos levou a aprudentar diligências. Por exemplo, lançando patrulhamentos inopinados nos vários troços rodoviários da área de intervenção operacional do Batalhão - e não só nos asfaltados, mas também nas picadas, nos que fossem considerados mais susceptíveis.
A verdade é que, apesar da «plataforma de entendimento que levava à paragem de hostilidades entre as NT e a FNLA», que aqui já referimos..., nunca fiando. 
O que sobrou, em data indeterminada, do que era
o edifício do Comando do BCAV. 8423, no Quitexe.
Quem sabe se nos combates que há precisamente 41 anos
por lá se travaram, entre FNLA (a ocupante) e o MPLA
Entendimentos havia - não oficiais, também era certo -, mas um comunicado do Serviço de Informação Pública das Forças Armadas dava conta, nesse 9 de Outubro de 1974, da morte de mais 5 combatentes em Angola: os furriéis milicianos Carlos Alberto Coelho Tomé, de S. João, em Abrantes; e Manuel Félix Cotovio, de Lisboa; o 1º. cabo José Manuel Sousa Bapista, de Faro; e os soldados Manuel Francisco Marreiros de Jesus, de Sargaçal (Lagos), e Gabriel Fernandes da Torre, de A-Ver-o-Mar (Póvoa do Varzim». Todos em combate, não especificando o comunicado quando, onde e como.
Um ano depois e muitas águas passadas sob as pontes, muitas reviravoltas no processo de independência de Angola, acordos que nunca chegaram a ser cumpridos e combates que fizeram muito sangue, muitas mortes e muitos lutos, os Cavaleiros do Norte já tinham passado um mês desde o regresso a Portugal e procuravam notícias de Angola. E da «nossa» Carmona, que andava fora dos circuitos noticiosos. 
Há 41 anos, o DL dava notícia de
mais 5 mortos em combate
Eram raras mas chegaram! 
A 9 de Outubro de 1975, o Diário de Lisboa noticiava «violentos combates entre forças do MPLA e da FNLA (...) a 70 kms. de Carmona e a uma centena de Luanda, na zona do Úcua»
Eram dois pontos importantes na Estrada do Café, a rota de asfalto que, de Luanda, chegava a Carmona e, já na área de acção do BCAV. 8433, passava pela Ponte do Dange e Vista Alegre (onde, depois de Zalala, estava 1ª. CCAV.), Aldeia Viçosa (a 2ª. CCAV.) e Quitexe (a CCS), 40 quilómetros antes de Carmona - as terras dos Cavaleiros do Norte (mais as fazendas Zalala da 1ª. CCAV. e Santa Isabel, da 3ª. CCAV., e os destacamentos de Luísa Maria e Liberato).
Notícias de Angola de há 41 anos
No primeiro caso (a 70 quilómetros de Carmona), era a ofensiva do MPLA, contra «o importante centro cafeeiro» de Angola», que era, simultâneamente, «um dos principais redutos da FNLA» - e que, segundo o Diário de Lisboa, «com êxito». De resto,  «Aldeia Viçosa e Samba Cajú já estavam em poder do MPLA» e eram considerados «dois pontos rodoviários estratégicos». No segundo, era «a pressão militar que os homens de Holden Roberto vem mantendo desde há algumas semanas nas vias de acesso a Luanda» e que levavam a que controlassem a vila de Úcua.
Em ambos os casos, sublinhava o DL de há 41 anos, envolvendo «violentos combates que decorreram no últimos dias». Assim ia o processo de independência de Angola, a 33 dias do histórico 11 de Novembro de 1975. Com cada movimento «a tentar assegurar o controlo de novas posições». Da UNITA é que não se falava, por esta altura.

Sem comentários:

Enviar um comentário