Jornal O Comércio, de Luanda, com notícia da apresentação e pedidos de protecção de milhares de nativos, às autoridades portuguesas |
O Comércio, também diário de Luanda (foto ao lado), dava conta do «regresso às povoações e aos trabalhos das populações da Serra do Uíge». «Voltaram da serra cerca de 1 500 pessoas», reportava o matutino da capital angolana.
Recortes dos jornais «A Província de Angola» (em cima) e «O Comércio». ambos de Luanda, sobre a actualidade angolana, a data de 23 de Outubro de 1961. Há 55 anos!!! |
A revista «Notícia», que também se publicava em Luanda, dava conta, por sua vez, que «alguns voltam das serras para convencerem outros povos a regressar, a apresentarem-se e entregarem as armas».
Foi isto há 55 anos, quando Angola sangrava na sua luta pela independência do poder colonial português.
O tempo de 13 anos depois (1974), pelo Quitexe, foi para o fim do ciclo de exibições de um filme, por diligência do Gabinete de Acção Psicológica do BCAV. 8423 - iniciado no dia 10 e que passou por todas as subunidades e também foi passado para a população civil.
O dia foi também de se saber que, na véspera, «o cessar-fogo que vigorava, de facto, há 7 semanas, entre as tropas portuguesas e os guerrilheiros do MPLA tornou-se oficial ontem». Dia 22 de Outubro de 1975.
A decisão foi tomada depois do encontro entre as autoridades portugueses e dirigentes do MPLA. Para memória futura, a delegação de Portugal era liderada pelo comodoro Leonel Cardoso, da Junta Governativa, e incluía os Secretários de Estado António Augusto de Almeida e Peres do Amaral, os majores Pesarat Correia e Emílio Silva (do MFA) e o brigadeiro Ferreira de Macedo (Governador do Moxico e Comandante Militar da Zona Leste). A delegação do MPLA era liderada pelo presidente Agostinho Neto e incluía Lúcio Lara, Iko Carreira, Carlos Rocha, Ludy, Pedro Tonha, Jacob Caetano, João Van-Dunem e Aristides Van-Dunem (do Comité Central), comandante Bolingo e comissários políticos Rui Sal e Francisco Paiva (do Estado Maior da Zona Leste).
Um ano depois, o Diário de Lisboa dava conta da invasão sul-africana de Angola, para apoiar a UNITA: «Importantes unidades de mercenários e unidades regulares do exército da África do Sul realizaram nova agressão contra Angola, voltando a invadir a fronteira sul do território, através de vários pontos: o grosso do efectivo entrou por Othicango enquanto outras facções das forças invasoras penetraram por Ruacanha e pela barragem do Calueque».
A norte e ainda segundo o Diário de Lisboa, «a situação pode considerar-se neutralizada, após a grande ofensiva dos mercenários da UPA/UNITA». Entenda-se UPA por FNLA. O MPLA «consolidara as suas posições na linha de confronto Barra do Dande/Caxito/Libongos, estando neste momento as forças mercenárias a ser pressionadas em direcção ao Caxito».
A independência de Angola continuava marcada e foi declarada em triplicado, a 11 de Novembro desse ano de 1975. Por MPLA, por FNLA e pela UNITA.
- IMAGENS da página de facebook do
(então) major Rebocho Vaz, que era
Governador e Comandante Militar do Uíge
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