Cavaleiros do Norte na messe e bar de sargentos do Quitexe, todo furriéis
milicianos: António Flora (3ª. CCAV. 8423), Luís Costa (Morteiros), Agostinho
Belo (3ª. CCAV. 8423), Francisco Bento (CCS) e Joaquim Abrantes (adido)
O alferes miliciano José Alegria Almeida, oficial de reabastecimentos, numa fazenda dos arredores do Quitexe onde foi fazer compras |
O dia 14 de Outubro de 1974, uma terça-feira de há 42 anos, foi tragicamente assinalado no Quitexe pela morte de dois civis europeus, emboscados quando circulavam entre as Fazendas Alegria e Ana Maria.
«Terá sido uma acção esporádica, poderá mesmo ser um ajuste de contas, mas o facto é que foi mais uma acção que veio pôr de sobreaviso para a possibilidade de desrespeito à ordem recebida», lê-se no Livro da Unidade.
Fazendas Alegria e Zalala, assinaladas a vermelho. Há 42 anos, dois civis europeus foram mortos numa emboscada |
A FNLA era o movimento mais activo da ZA dos Cavaleiros do Norte - era o nosso IN!!! - e foi o presidente Holden Roberto quem, há precisamente 42 anos e através da rádio, anunciou o cessar-fogo, por querer «construir uma Angola livre e próspera, com todos os seus filhos, seja qual fora cor da sua pele».
Lamentou as dissidências que se verificavam no MPLA e o cessar fogo decorria das negociações de Kinshasa, patrocinadas pelo Presidente Mobutu Sese Seko (do Zaire) nas quais não participara o MPLA, embora lá tenha estado Daniel Chipenda, líder de uma das facções do movimento, mas sem intervir nas negociações.
O cessar-fogo seria, segundo o Diário de Lisboa, «um primeiro resultado tangível das conversações» e ate se especulava que «seria apenas um dos aspectos de acordos mais amplos, que englobariam a formação de um Governo Provisório em Angola».
Isto, a 14 de Outubro de 1974.
Notícia do Diário de Lisboa de 14 de Outubro de 1974, sobre o cessar-fogo da FNLA |
O mesmo dia foi tempo para o jornal Diário de Luanda, considerado afecto ao MPLA, ter acusado Melo Antunes, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, porque «insultou o povo angolano» numa intervenção na Assembleia Geral da ONU em que, precisamente, falou da situação de Angola.
O Diário de Lisboa, de que nos socorremos, não especifica a acusação mas refere que o Diário de Luanda iria «deixar de publicar notícias de Portugal», como reacção ao discurso de Melo Antunes.
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