O PELREC pronto a sair, do Quitexe para mais alguma acção. Reconhecem-se
os alferes milicianos Sampaio, da 1ª. CCAV. 8423 (de oficial de dia), e António
Garcia e furriel miliciano Viegas. Estes dois e o pelotão «prontos a partir...»
Cavaleiros do Norte da CCS, todos 1ºs. cabos: Luciano Gomes (mecânico de armamento), Ezequiel Silvestre (atirador de Cavalaria) e Victor Vieira (sacristão) |
O dia 15 de Outubro de 1974 foi a declaração oficial de cessar-fogo da parte da FNLA. «Não oficial, é certo, mas anunciado publicamente», regista o Livro da Unidade - o BCAV. 8423, os Cavaleiros do Norte, que se aquartelava no Quiexe (a CCS), na Fazenda Zalala (1ª. CCAV.), em Aldeia Viçosa (2ª. CCAV.) e Santa Isabel (3ª. CCAV.), para além do Destacamento de Luísa Maria (um pelotão), Vista Alegre (CCAC. 4145) e Liberato (CCAÇ. 209, do RI 21).
Era uma excelente notícia!
A primeira foto
Monumentos de evocação dos mortos na Fazenda do Liberato |
A FNLA anunciava o seu cessar-fogo, depois da negociações de Kinshasa, mas as dissidências do MPLA não creditaram a presença de Daniel Chipenda, considerado «dirigente de uma das facções do movimento, mas sem mandato para intervir» nas ditas.
O MPLA, de resto, a 15 de Outubro de 1974, foi a público considerar que as conversações com Chipenda «só poderão ser consideradas como troca de impressões», pois este dirigente «não estava mandatado para estabelecer quaisquer negociações pelo MPLA».
O furriel Américo Rodrigues, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, com alguns militares angolanos, já no quartel de Vista Alegre |
Chipenda era acusado (pelo MPLA) de um «cada vez mais claro entendimento» com Holden Roberto (presidente da FNLA) e Mobutu (do Zaire), de se ter apossado de um campo de treino na Zâmbia - «hoje praticamente abandonado» - e de não ter participado na reunião do movimento «no interior de Angola». De ter aberto uma delegação em Kinshasa que o MPLA considerava «um escritório dele», não do movimento.
A UNITA, que ao tempo se instalava em Luanda, e não era bem vista pelo MPLA, que a acusava de «colaboracionista com as autoridades e fascistas do Governo de Caetano». Mas que tinha quadros «chegados da Suíça, onde estiveram a frequentar institutos superiores» e que, nessa manhã de há 42 anos, teve 3 desses dirigentes a serem recebidos por Rosa Coutinho, o Alto-Comissário.
O encontro, segundo um comunicado oficial, «inseriu-se no contexto de descolonização no qual a UNITA participa, a par dos demais movimentos de libertação».
Um ano depois, a mesma data de 15 de Outubro foi tempo para, segundo o Diário de Lisboa, «fontes militares portuguesas anunciarem esta manhã, em Luanda, que forças da FNLA estavam a prosseguir o seu avanço sobre a capital, encontrando-se agora a apenas 25 quilómetros da cidade».
«Ontem, as forças da FNLA mantinham-se anda na frente do Caxito e da Barra do Dande, a mais de 50 quilómetros da cidade de Luanda», noticiava o Diário de Lisboa de há precisamente 42 anos, acrescentando que «registaram-se importantes combates entre o MLA e a FNLA, a nordeste de Luanda, no importante nó rodoviário de Samba Caju».
A Frente Leste registava «combates entre o MPLA e a UNITA, as imediações da cidade do Luso».
Quando à «nossa» Carmona, nada se sabia - para além de que era o grande bastião militar da FNLA - que controlava as províncias do Uíge e Zaire.
A sul, era conhecida a saída de «todas as forças de Portugal» de Benguela, de acordo com «o plano de evacuação militar que deverá estar concluído até 10 de Novembro» - véspera do dia (11) anunciado para a proclamação da independência de Angola.
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