Cavaleiros do Norte a «desastacar» uma viatura na picada de Zalala:
furriéis milicianos João Dias e Plácido Queirós (à frente), alferes
Carlos Sampaio (sentado) e mais dois militares. Quem são?
O comandante Carlos Almeida e Brito (falecido a 20 de Junho de 2003) e o capitão José Paulo Falcão no encontro de Águeda, em 1975 |
Os capitães milicianos José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes, comandantes da 2ª. CCAV. e da 3ª. CCAV. 8423, com o alferes João Machado (à direita) |
Daniel Chipenda, líder de uma das facções do MPLA, falando em Kinshasa, todavia, insurgiu-se contra «a assinatura do acordo entre o MPLA e os portugueses», argumentando que «Agostinho Neto não tinha o direito de falar em nome de todo o movimento». E avisou as autoridades portuguesas, de que «o cessar-foto assinado por Agostinho Neto só será respeitado pelas forças que o reconhecem como seu chefe». Não era o seu caso.
O brigadeiro Ferreira de Macedo, no mesmo dia e em declarações ao jornal «A Província de Angola», esclareceu que «não houve colaboração da UNITA com as Forças Armadas Portuguesas antes do 25 de Abril». «Houve sim - afirmou o oficial português, governador do Moxico e comandante militar da Zona Leste - da parte das Forças Armadas e do Governo tentativa para estabelecer negociações com aquele movimento de libertação, que conduzissem a um cessar-fogo, o que aconteceu depois do 25 de Abril».
Um ano depois e a 17 dias da data anunciada para a independência (11 de Novembro de 1974), o MPLA apelava à mobilização de homens «entre os 18 e os 35 anos» para combater «a invasão estrangeira, a soldo do imperialismo, que se processa em várias frentes». O MPLA «conserva(va) a cintura defensiva em torno de Luanda» e, segundo um membro do Comité Central, «prepara(va) o contra-ataque».
O Diário de Luanda de 24 de Outubro de 1975 referia que faltavam 17 dias para a independência de Angola. A imagem indica a ligação ao MPLA |
O Uíge continuava fora das notícias da imprensa e a memória faz-me chegar a Outubro de 1975, quando, já em Portugal, eu mesmo não desperdiçava (à saída do trabalho) a leitura da imprensa da tarde, em busca de noticias das terras que foram espaço da jornada africana dos Cavaleiros do Norte em Angola.
A Frente Sul continuava em situação «mantém(tinha)-se grave». O MPLA denunciava «as forças o«invasoras, constituída por mercenários recrutados na África do Sul pelo traidor Daniel Chipenda e por forças regulares daquele país». Já tinham ultrapassado Chíbia (antiga General João Machado) e aproximavam-se de Sá da Bandeira.
As FAPLA «efectuaram um recuo estratégico para garantirem a defesa da cidade» e, segundo o Diário de Lisboa, «este avanço sobre Sá da Bandeira», era opinião corrente, «poderá vir a transformar-se num a ratoeira para os agressores, que poderão ser cercados e privados das suas fontes de abastecimento, que residem totalmente em território administrado pela África do Sul, na Namíbia».
Ia assim Angola, a menos de 3 semanas do dia da independência! Faltavam 17 dias!
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