Quarta-feira, 31 de Outubro de 1974! O mês acaba e são crescentes as preocupações, na parte civil do território uíjano, pelo «êxodo dos trabalhadores rurais», que, ao tempo, teve «elevado incremento, provocando o fecho de algumas fazendas, nomeadamente nas cordas de Zalala e Canzundo, bem assim na zona de Vista Alegre e em muitas outras, provocando a paragem da laboração».
A Estrada do Café, na entrada do Quitexe, do lado de Carmona para Luanda |
Julgava este pessoal que a sua presença «não tem justificação e até nem serão aceite no futuro, uma vez que tem provas absolutas que é a FNLA que impõe a saída dos trabalhadores rurais, sob coação de morte, se tal não fizerem». Muitos deles, na verdade, abandonaram as fazendas e procuraram mais certezas para a sua vida - seguramente acautelados pela morte dois civis europeus que se transportavam numa viatura civil e, entre as fazendas Alegria II e Ana Maria, forma emboscados e mortos a 14 de Outubro desse ano de 1974. Os das acções de banditismo que a FNLA passou a fazer depois de 18 de Outubro, com «pilhagens aos utentes dos itinerários», especialmente entre o Quitexe e Aldeia Viçosa.
O Diário de Luanda, um ano depois e nessa última sexta-feira (31) de Outubro em despacho para o Diário de Lisboa, noticiava que «não se registaram alterações assinaláveis, de norte a sul de Angola, nas últimas 24 horas».
Diário de Lisboa de 31 de Outubro de 1975 |
«As forças do ELP e da África do Sul, «constituindo uma ponta de lança dos fantoches da FNLA e da UNITA - assim apelidava o MPLA estes dois movimentos - parecem tentar um avanço sobre o Lobito, dividindo-se em duas colunas: uma localizada na estrada marginal, outra deslocando-se pelo interior», relatava o Diário de Lisboa de 31 de Outubro de 1975, em serviço do Diário de Luanda.
A 11 dias do dia maior de Angola: o da independência!
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