Agostinho Mendes Moreira, o Bruxo de Rio de Moínhos, brutalmente as- sassinado a 21 de Outubro de 2009. Foi soldado atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala |
Agostinho Mendes Moreira foi Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e foi barbaramente assassinado a 21 de Outubro de 2009, aos 57 anos, há sete e na sua casa da Sobreira, em Rio de Moinhos, Penafiel. Era o Bruxo de Rio de Moinhos!
A imprensa da época - mesmo a chamada de referência... - fez farto eco do trágico momento, noticiando que foi encontrado morto e semi-nu, com sinais de ter sido torturado. Terá sido assassinado à pancada e o roubo o móbil do crime: desapareceram 300 000 euros. O assalto foi feito por 5 homens, todos seus conhecidos, mas dois deles viriam a ser absolvidos do crime de assassinato.
Manuel Meneses Alves na altura da sua morte, há 3 anos! |
Apareceu morto à porta de casa, achado pelo padeiro de todas as manhãs. Era conhecido por ser «um homem bom e muito religioso, muito ligado à Igreja» e solteiro. Solteiro como o irmão Manuel, de 67 anos, este encontrado dentro da casa e amarrado a uma cadeira, com sinais de ter sido agredido. Resistiu aos ferimentos e foi levado ao hospital.
Hoje, recordamos o soldado Moreira, fazendo memória de um Cavaleiro do Norte trágica e brutalmente assassinado, 34 anos depois do nosso regresso de Angola. De Zalala e do Uíge aos dias de Rio Moínhos, em Penafiel.
«Era um homem muito reservado e desconhecia-lhe esses dotes do sobrenatural quando há dois anos o fui procurar para o nosso encontro de Fátima e tive conhecimento da morte e das circunstâncias em que aconteceu», comentou o (furriel) Manuel Pinto, que também é de Penafiel, embora more em Paredes, acrescentando que «era muito calado em terras de Angola».
Angola que, há 41 e a muito poucos dias da independência - que continuava marcada para 11 e Novembro desse anos de 1974, tal como veio a acontecer... -, era palco de uma ofensiva militar do MPLA contra o Caxito, onde se registaram «violentos combates», que forçaram «os mercenários da UPA/FNLA e UNITA a abandonar as posições que ocupavam junto ao Rio Dange, recuando para o norte, em direcção ao Caxito».
O furriel miliciano Jorge Bar- reto na actualidade (em 2016) |
Para as bandas do Uíge, a noroeste de Samba Caju, as FAPLA - Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, o exército do MPLA - «tomaram de assalto a povoação de Kiculungo, a 70 quilómetros de Camatela, na estrada que liga ao Uíge e Negage». E o Quitexe ali tão perto..., sem que de lá, ou de Carmona, houvesse notícias. Eram terra da FNLA!
A sul, a situação «está(va) estacionária» e ao centro, «em Nova Lisboa, é insustentável». A UNITA anunciou haver falta de energia, o que significava, segundo o Diário de Lisboa, «já não controlar a barragem do Biopio, na estrada para Balombo e Lobito e a cerca de 100 quilómetros de Nova Lisboa».
Um ano antes e na ZA dos Cavaleiros do Norte, iniciou-se o processo de desarmamento das milícias, que, segundo o Livro de Unidade, «não teve grande aceitação por parte dos povos, nomeadamente nos postos do Quitexe (sede) e Aldeia Viçosa».
Também um ano antes, o alferes miliciano Manuel Meneses Alves festejou 22 anos, ao tempo ainda em Cabinda. Só em Março de 1975 passou a integrar o quadro de oficiais da 2ª. CCAV. 8423 - a de Aldeia Viçosa. Natural de Leiria e aqui empresário do sector das carnes, faleceu a 16 de Maio de 2013, aos quase 61 anos. Recordamo-lo com saudade. RIP!!!
O dia foi também de festa dos 22 anos do furriel Jorge Manuel Mesquita Barreto, enfermeiro da 1ª. CCAV. 8423- a de Zalala. Natural de Mira e agora aposentado, mora em Baguim do Monte, Gondomar, para onde vai o nosso abraço de parabéns.
- Notícia do jornal Público, sobre a morte
de Agostinho Mendes Moreira: ver AQUI
- Notícia e vídeo do Correio da Manhã. AQUI
- Notícia da RTP, sobre as alegações: AQUI
- Notícia do Correio da Manhã, com as condenações: AQUI
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