O oficial da Marinha com a última Bandeira Portuguesa que há 41 anos foi arreada em Angola, no adeus português a África |
Luanda, 12,10 horas de 10 de Novembro de 1975, há precosamente 41 anos: «Em nome do Presidente da República Portuguesa, proclamo solenemente a independência de Angola, com efeitos a partir de 11 de Novembro de 1975, às zero horas. É ao povo angolano que compete decidir de que modo exercerá sua soberania», disse o almirante Leonel Cardoso, o último Alto Comissário de Portugal em Angola.
António Santa Cabrita (à direita), que hoje faz 64 anos, em Cascais. Aqui, na aldeia do Talambanza, na saída do Quitexe para Carmona, à direita, com o furriel Viegas (à esquerda) e crianças de lá |
«Portugal parte esperando estar a dizer adeus a um irmão. Angola fica, com a certeza de estar a ver partir um irmão», enfatizou o Alto-Comissário, após o que, e citamos o Diário de Lisboa, «as Forças Armadas Portuguesas abandonaram a fortaleza de S. Miguel, onde estava aquartelado o seu quartel-general, arrearam a bandeira portuguesa e seguiram para o cais, levando-a consigo».
O jornal refere que «os soldados desmantelaram e imobilizaram equipamento militar, como artilharia, blindados e transporte de tropas», com o argumento de que «não fosse utilizado na guerra entre os movimentos». E que «o MPLA tinha sido informado» desse desmantelamento.
«A coluna, antecedida de carros blindados, passou pelas esquina das ruas, recolhendo os soldados portuguesas que asseguravam, ainda, os postos de metralhadoras, antes de se dirigirem para o depósito naval, no cais»,
«Sete navios levaram depois as tropas portuguesas e o Alto-Comissário, para fora das águas territoriais angolanas, antes da meia noite», reportava o Diário de Lisboa.
O condutor António Rosário Picote (à esquerda), que hoje faz 64 anos. Aqui, em 2012 e com o furriel Viegas, em A-dos-Negros (Óbidos), a sua terra natal e em frente à sua residência da Rua do Picote |
Angola na primeira págna do Diário de Lisboa de 10 de Novembro de 1975 |
António Santana Cabrita - o «sô» Cabrita!..., como por lá era popularmente conhecido... - é natural do Alvor, em Portimão, e era pescador de profissão, de mar - amtes e depois de Angola. Assentou arrais na vila de Cascais, onde mora vai para 30 anos, e chegou a ter um arrastão de costa. Faz, agora, contas para a reforma e ainda vai ao mar, quase todas as noites.
António do Rosário Picote é de A-dos-Negros, em Óbidos. Era condutor da CCS e fez vida como trabalhador da construção civil e funcionário camarário, neste caso durante os últimos 28 anos da sua carreira profissional. Está aposentado há 7 anos!
Parabéns para ambos!
- Fotos do adeus de Portugal
a Angola, AQUI
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