Zalala, «a mais rude escola de guerra». A última guarnição portuguesa na mítica fazenda foi a 1ª. CCAV.
8423, que de lá definitivamente saiu a 25 de Novembro de 1974. Era comandada pelo capitão miliciano
Davide Castro Dias e rodou para Vista Alegre e Ponte do Dange
O dia 25 de Novembro da 1974, há precisamente 42 anos, foi o último da presença militar portuguesa na Fazenda de Zalala, ocupada destes os trágicos acontecimentos de 1961. Dali saiu a 1ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte comandados pelo capitão miliciano Davide Castro Dias e que ali tinham chegado no dia 7 de Junho desse mesmo ano.
O capitão Davide Castro Dias, ao centro, ladeado pelos alferes Pedro Rosa e Lains dos Santos, todos milicianos de Zalala, no encontro de 2016 |
Este previamente reporta-se a uma data anterior a 21 de Novembro, quando a CCAÇ. 4145/72 «saiu do Sub-Sector», depois da CCAÇ. 4145/74 ter chegado a 19 e saído a 20.
Furriel Queirós, capitão Castro Dias, NN e furriel Mota Viana no encontro de Águeda, a 9 de Setembro de 1995. Milicianos da 1ª. CCAV. 8433, a de Zalala! |
Comandante de férias
e a festejar 47 anos
O dia foi de visita do capitão José Paulo Montenegro Mendonça Falcão, oficial adjunto e de operações e comandante interino do BCAV. 8423, à 2ª. CCAV. 8423 - a de Aldeia Viçosa e comandada pelo capitão miliciano José Manuel Romeira Pinto da Cruz. Visita para «estabelecer contactos operacionais».
O capitão José Paulo Montenegro Mendonça Falcão substituía interinamente o tenente-coronel Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito, comandante do BAV. 8423 e ao tempo de férias em Portugal - onde, em Lisboa e no conforto e afecto da família, festejou 47 anos de vida.
O nosso saudoso comandante viria a falecer a 20 de Junho de 2003, no decorrer de um passeio turístico a Espanha, onde vítima de ataque cardíaco. Estava fotografar o grupo de excursionistas em que se incluía quando, de forma fulminante, caiu para o lado, já morto.
Recordamo-lo com saudade. RIP!!!
80 mortos e dezenas
de prisioneiros
A 25 de Novembro de 1975 sabia-se, de Angola, que as forças populares - das FAPLA/MPLA - «encurralaram a coluna invasora sul-africana na região do Lobito, depois de previamente ter fraccionado e desmantelado uma parte dela, que se encontrava perdida nas montanhas». E tinham esperança em recuperar Lobito e Benguela, de onde, e citamos o Diário de Lisboa desse dia, «há notícias que as forças da FNLA e UNITA, que acompanham a força invasora da África do Sul, começaram a desertar».
A tentativa de reconquista de Novo Redondo resultou, segundo o MPLA, «em pesadas derrotas nos últimos dias, que se traduzem nas maiores sofridas pelas forças invasoras sul-africanas». Os sul-africanos e «os mercenários portugueses», nos combates da região do Ebo, «sofreram 80 mortos e perderam 8 blindados e 6 camiões de transporte, tendo sido feitos dezenas de prisioneiros, entre eles os primeiros sul-africanos».
Quitexe e Carmona
sem... notícias
A norte, a região que mais interessava aos Cavaleiros do Norte, não havia notícias do Quitexe e de Carmona, mas sabia-se que «uma coluna invasora tentou penetrar até à zona de N´Dalatando e posteriormente até ao Dondo, abrindo uma ponte para a zona sul e com o objectivo de ocupar a barragem de Cambambe, mas foi sustida numa região conhecida por 21 curvas».
A coluna saíra de Samba Caju mas foi «obrigada a recuar para Camabatela, deixando no terreno muitos mortos e prisioneiros, bem como grande quantidade de material bélico, de diverso tipo».
O ataque, segundo o MPLA, tentou «romper a barreira defensiva de Lucala e N´Dalatando e foi desencadeado depois de a coluna agressora ter sido reforçada com efectivos da FNLA que retiraram, nos últimos dias, das confrontações do Caxito, Barra do Dande e Libongos».
O mesmo dia 25 de Novembro foi tempo para, segundo o DL, os Estados Unidos admitirem o aumento oficial do seu apoio à FNLA, através do Zaire e a pretexto da intensificação do apoio da União Soviética ao MPLA.
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