Zalala, há 42 anos, «fazia malas» para Vista Alegre. Como memória
desse tempo, uma foto da selecção de futebol da 1ª. CCAV. 8423: Fião,
1º. cabo Ferreira, Alegre (motorista), furriel Barreto e NN (motorista). Em
baixo: NN (motorista), NN (motorista), Silva (?, 1º. cabo enfermeiro),
Famalicão (Agra) Alfama (transmissões) e furriel Nascimento. Alguém
ajuda a identificar os NN?
A entrada do antigo quartel de Vista Alegre. Foto de Carlos Ferreira, a 12 de Dezembro de 2012 |
A 22 de Novembro de 1974, o Comando do Sector do Uíge (CSU) voltou a reunir em Carmona, desta vez no BC12, envolvendo os comandantes de todas as unidades, para os habituais «contactos operacionais».
O BCAV. 8423 foi representado pelo comandante interino, o capitão José Paulo Montenegro Mendonça Falcão (SGE), que era o oficial adjunto dos Cavaleiros do Norte.
O capitão Davide Castro Dias, comandante da 1ª. CCAV. 8423 (à direita), com o alferes João Machado, «Ranger» da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa. Ambos milicianos! |
Isolar o MPLA, o
Governo de Angola
O MPLA, em Luanda e pela voz de Lúcio Lara, anunciou a disponibilidade do movimento para «todas as funções que possam contribuir para a resolução de todos os principais problemas que afectam a vida nacional».
«Isto quer dizer que o MPLA está pronto a participar num governo deste ou daquele tipo, depois de trocar, evidentemente, as necessárias impressões com os movimentos de libertação, para que seja possível encontrar, em conjunto, as fórmulas que se impõem para a continuidade política, económica e social de Angola», disse Lúcio Lara - que era, há 42 anos, o responsável pela delegação do MPLA em Luanda.
Notícia do Diário de Lisboa de 22 de Novembro de 1974: «O MPLA pronto a participar num Governo de transição» de Angola |
Protesto de Portugal,
Áfrca do Sul em Angola
Um ano depois, Portugal protestou oficialmente junto do Governo sul-africano, pelo «envolvimento das suas tropas, a partir da Namíbia», reportava o Diário de Lisboa. O protesto foi apresentado na Assembleia Geral das Nações Unidas, pelo embaixador José Manuel Galvão Teles, frisando que «temos provas concretas» de que os sul-africanos tinha entrado em Angola, a pretexto de «defenderem trabalhadores da barragem do Cunene».
Quanto ao envolvimento de «mercenários de diversas nacionalidades, incluindo os do ELP», Galvão Teles disse que «havia sido chamada a atenção do seu Governo para provas desse envolvimento».
A chamada invasão de Angola há muito que vinha a ser denunciada pelo MPLA (agora Governo) e a questão dividia altos responsáveis sul-africanos. O Diário de Lisboa referia que «os dissídios sobre a política de Pretória sobre Angola atingem o mais alto nível, estando neste momento a ganhar os que advogam o aprofundamento da intervenção militar».
Hillgard Muller, seu ministro dos Negócios Estrangeiros, era, segundo o DL, «um dos seus mais acérrimos defensores», tendo, sublinhava o jornal, «logrado a adopção desta política quando, em meados deste ano, se tornou evidente que a UNITA e a FNLA não conseguiriam opor-se sozinhas ao MPLA».
Pieter Botha, 1º. ministro sul-africano, no mesmo dia e segundo a Reuter, comentou a intervenção do embaixador Galvão Teles e afirmou que o envio de topas para Angola foi «feito com conhecimento prévio e aprovação do Governo Português, afim de proteger o projecto hidro-eléctrico do Cunene, logo ao norte da fronteira».
A barragem do Cunene era um projecto conjunto de Portugal e África do Sul, para «abastecimento de energia eléctrica e água ao sul de Angola e ao sudoeste sul-africano» - a Namíbia.
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