Os capitães José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes, comandantes, respectivamente, da 2ª. CCAV e da 3ª. CCAV. 8423, com o alferes João Machado (2ª. CCAV.) |
Os dias de Novembro de 1974 iam passando com as tarefas operacionais decorrentes da situação político-militar e, a 20, confirmou-se a saída da CCAÇ. 4145/72, de Vista Alegre para Luanda e, afinal, marcada para o dia seguinte.
O capitão José Paulo Falcão, que interinamente comandava o BCAV. 8423 (e nesta qualidade, por razões que tinham a ver com a rotação de subunidades), deslocou-se, por isso e neste dia, a Vista Alegre.
Aldeia Viçosa vista do polidesportivo do quartel português, vendo-se a Estrada do Café, de Luanda para o Quitexe e Carmona |
Milícias populares
do MPLA em Luanda
A deslocação não teve quaisquer problemas e confraternizámos em Vista Alegre e, no regresso, em Aldeia Viçosa - onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. Ali nos encontrámos com dois milicianos «Rangers» - o alferes Machado e o furriel Letras, ambos dos tempos de Lamego, no Centro de Instrução de Operações Especiais, o CIOE -, assim como com o furriel Mário Matos, amigo e vizinho de Anadia e companheiro das viagens de Santa Margarida para Águeda (e vice-versa) no SIMCA 1100 branco do Francisco Neto, no tempo de formação do Batalhão de Cavalaria 8423.
Notícia do Diário de Lisboa de 20 de Novembro de 1975 |
Cabinda e fantoches
do imperialismo
Cabinda era tema ao tempo muito actual e pertinente e o mesmo MPLA denunciava a FLEC como «um bando de fantoches a soldo do imperialismo, com apoio de um país vizinho» - o Zaire de Mobutu Sese Seko.
E um ano depois? Dia 20 de Novembro de 1975!
Idi Amin Dada, presidente do Uganda e da Organização de Unidade Africana (OUA), defendia que «para se evitar o derramamento de sangue em Angola, não deverá ser reconhecido nenhum movimento, até se formar um Governo de Unidade». Na sua opinião, os estados membros da OUA que «apoiaram e ainda apoiam» o Governo do MPLA, reconhecendo a Angola independente, «poderiam mudar de opinião em breve e juntar-se à maioria que deseja uma Angola unida». Ele próprio e o seu paús, ainda não tinha reconhecido a Angola do MPLA mas admitia ter «relações de boa amizade» com o movimento de Agostinho Neto.
Posição contrária tinha Marien Ngouabi, presidente da República Popular do Congo, em contencioso com Idi Amin dada e exigindo a sua demissão do presidente ugandês da liderança da OUA, no que era corroborado por Sekou Touré, presidente da Guiné-Conakri.
Noticias dos combates é que não se conheceram por estes dias de há 41 anos. Mas Angola continuava a ferro e fogo, com confrontos entre as forças do MPLA (que eram Governo de Angola) e as da FNLA e da UNITA.
Sem comentários:
Enviar um comentário