O comandante Almeida e Brito, soldado Armando Mendes da Silva e capitães José Paulo Falcão (de frente) e António Oliveira (de costas) |
O Comando do Sector do Uíge (CSU) reuniu as suas Unidades em Carmona, a 18 de Novembro de 1974, para tratar de questões operacionais, e o BCAV. 8423 esteve representado pelo comandante interino - o capitão de Cavalaria José Paulo Falcão (SGE), que exercia o cargo desde o dia 4. O comandante Carlos Almeida e Brito estava de férias em Portugal.
Os furriéis milicianos Mário Matos, à esquerda, e João Brejo, à direita, ladeando um cabo escriturário da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa |
Os furriéis milicianos José Monteiro e João Peixoto, que dos Cavaleiros do Norte foi transferido para Cabinda. Aqui, nas traseiras da messe de Carmona |
Os reféns de
Cabinda
O Enclave de Cabinda era outra «dor de cabeça» para as autoridades e soube-se nesse dia que a Força Aérea Portuguesa atacara, a 15 e 16, a posição militar (também portuguesa) aa zona da fronteira com o Congo-Brazzaville, onde forças da FLEC/TE tinham 15 prisioneiros.
Ou seriam 22, como referia um comunicado do governo congolês, acusando a FAP de ter violado o seu espaço aéreo?
«As tropas fronteiriças congolesas ripostaram imediatamente», frisava o comunicado, acrescentando que «os elementos da FLEC, com os 22 reféns militares portugueses, recuaram para território congolês» e que as autoridades congolesas «tomaram conta dos reféns portugueses e prenderam um mercenário francês».
Dois dos reféns estavam feridos e foram hospitalizados. O mercenário francês dizia ser de origem albanesa e iria ser «entregue ao Tribunal Revolucionário» congolês.
Cabinda foi o destino do furriel João Domingos Faria Taveira de Peixoto, que por alguns meses foi Cavaleiro do Norte, no Quitexe (onde chegou de Sanza Pombo, da CCAÇ. 4741/74) e em Carmona, de onde rodou para um Batalhão de Artilharia, em Landana, aí por volta de Abril/Maio de 1975.
«Passado um mês ou dois, regressei a Luanda, num fragata da Marinha», recordou o João Peixoto, agora professor aposentado do ensino secundário.
A cidade de Carmona, agora Uíge (destacada a verde), Negage (a preto), Dange/Quitexe (a ver- melho) e Camabatela (a amarelo) |
Os combates mais
encarniçados
A Angola independente, um ano depois, continuava em guerra «com os combates mais encarniçados na Frente Sul», onde, segundo o MPLA, «forças estrangeiras aliadas à FNLA e à UNITA combatem contra as FAPLA, braço armado do MPLA e do povo angolano». Combates em Novo Redondo, Lobito e Benguela - com «duros combates próximos» destas duas cidades - Caxito, Barra do Dange e Libongos.
A coluna da FNLA neste caso, «encontra(va)-se refugiada no Ambriz», noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «tudo leva a crer que se junta às defesas do Uíge», já que, na frente de Samba Caju, «as FAPLA conquistaram posições muito próximas de Camabatela, vila situada a 50 quilómetros da base aérea do Negage, ponto vital para o inimigo».
Camabatela que, como se vê no mapa ao lado, fica muito próximo do Quitexe (Dange), uns 40 quilómetros, e do Negage (mais ou menos a mesma distância). Negage que fica a 40 de Carmona e esta cidade a 40 do Quitexe. Distâncias muito «pequenas», em termos de território angolano.
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