A recomendação fora feita por uma comissão especializada, liderada pelo brigadeiro Olufemi Olutrye, da Nigéria, e punha «termo a vários anos de ostracismo a que a UNITA foi votada pelos estados africanos».
A imprensa desse dia destacava que o reconhecimento «parecia inevitável, em face da intenção que anima Lisboa de constituir um Governo Provisório em Luanda, formado por representantes daquele movimento e das duas outras organizações reconhecidas pela OUA - o MPLA e a FNLA».
A União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA) era presidida por Jonas Savimbi, que tinha sido secretário geral da UPA (a futura FNLA, resultante da fusão com o Partido Democrático de Angola) e ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo da República de Angola no Exílio (GRAE) em 1962/64. Saiu da FNLA em 1964 e, depois de uma fracassada tentativa de adesão ao MPLA, fundou a UNITA em Março de 1966.
O mês de Novembro de 1974 foi tempo, também, para a chegada do furriel miliciano Mário J. R. Soares, atirador, à 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. E à CCS, no Quitexe, do soldado cozinheiro Carlos J. F. Gomes. De ambos, não temos memória e muito menos rasto.
A Ordem de Serviço nº. 278, do RC4 e de 26 de Novembro de 1973, com as nomeações para o ultra- mar de 15 futuros alferes milicianos do BCAV. 8423. Há precisamente 43 anos! |
Alferes milicianos
mobilizados
Um ano antes, em Santa Margarida, foi publicada a Ordem de Serviço nº. 278 do RC4 que, na página 7, dava conta que «foram nomeados, por imposição, para prestar serviço na RMA e nas companhias que a cada um se indicam» nada mais nada menos que 15 futuros alferes milicianos do Batalhão de Cavalaria 8423. Mal eles sabiam.
Os seguintes:
- CCS, que viria a ser a do Quitexe: António Manuel Garcia (de Operações Especiais, os Rangers, entretanto falecido, a 2 de Novembro de 1979, de acidente e ao serviço da Polícia Judiciária, era da Carrazeda de Ansiães e residia no Porto), Jaime Rodrigues Picão Ribeiro (sapador, de Constância, onde reside) e António Albano Araújo de Sousa Cruz (mecânico, em Santo Tirso
- 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala: Mário Jorge de Sousa Correia de Sousa (de OE, então morador na freguesia de S. José, Lisboa) e os atiradores de Cavalaria Carlos Jorge da Costa Sampaio (de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa), Pedro Marques da Silva Rosa (do Bombarral) e José Manuel Lains dos Santos (de Almeirim).
- 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa: João Francisco Pereira Machado (de OE e natural da freguesia de S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa) e os atiradores de Cavalaria Jorge Manuel de Jesus Capela (da Fernão Magalhães, em Lisboa), João Carlos Lopes Periquito (de Santarém) e Domingos Carvalho de Sousa (de Marrazes, em Leiria).
- 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel: Augusto Rodrigues (de OE, natural de Vouzela e morador em Lisboa) e os atiradores de Cavalaria Mário José Barros Simões (de S. João Baptista, em Tomar), Luís António Pedrosa de Oliveira (de Marrazes, em Leiria) e Carlos Almeida da Silva (de Outeiro do Marco, em Beco, Ferreira do Zêzere).
José Lopes Esteves |
Anos do alferes Hermida
e do 1º. cabo Esteves
O dia 27 de Novembro de 1974 foi tempo de duas festas de aniversários no Quitexe.
O alferes miliciano José Leonel Pinto de Aragão Hermida, oficial de transmissões, comemorou 28 anos - por lá feliz e acompanhado da sua gentil esposa, a professora Graciete Ferreira. Hoje, apagará 70 velas na Figueira da Foz, onde residem e já ambos aposentados do ensino.
O 1º. cabo José Lopes Esteves, escriturário da secretaria do Comando do BCAV. 8423, festejou 22. Regressado a Portugal, fez vida como vendedor de automóveis e, agora já reformado, mora em Viseu, onde hoje lhe cantarão os parabéns pelos 64 anos.
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