CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 20 de março de 2013

1 611 - O cavaleiro Marcos que foi ao Rocha...

Restaurante Rocha, no Quitexe, na estrada do cafe. (em cima). Viegas, 
Marcos e Dionísio, três pelrec´s da CCS dos Cavaleiros do Norte (em baixo)


O Marcos foi valente atirador de cavalaria do PELREC! Dos que poderiam torcer, mas nunca vergavam! Dos que nunca recuavam, fosse ao que fosse. Com ele (e o Almeida) fizemos PM, em Carmona, e não havia o quê, ou quem lhe obstruísse o cumprimento de qualquer tarefa. Como antes, no Quitexe, quando atravessávamos a noite, galgando as picadas e trilhos do Uíge angolano, olhando e vencendo as sombras do medo de uma qualquer escolta, patrulha ou operação militares.
Uma noite, no Quitexe, o Marcos «amandou-se» no Rocha, com cucas atrás de cucas - ou eram nocais?!, ou skóis?, ou n´golas??!! -, com o Dionísio, o António, o Florêncio, o Botelho, o Hipólito!!! Tudo brava gente do nosso pelrec. A noite ia já alta e bem regada, com os nossos tropas a afogar saudades dos seus chãos natais, da família, das namoradas, das mulheres e dos filhos. E já era pai, o Marcos! Pai do Paulo Alexandre!
A coisa azedou, quando apareceu o oficial de dia, cujo nome não vem agora ao caso. Nem era da CCS! Então,  RDM para aqui, RDM para acolá, complicou-se a situação e de tal modo que achou o bom do António «galopar» até ao nosso quarto (meu e do Neto), para que lá fossemos. Acudir!!! 
Recorda o Marcos:
«Eu estava embirrado, era reguila, não queria obedecer ao alferes, que eu achava que não tinha razão para o que me izia e fazia, mas lá me convenceste! Lembras-te-me que já era pai, olha lá a tua vida...», contou-me o Marcos, esta tarde.
Fez-se luz, na memória, rebobinada pela narrativa do Marcos. Foi assim, tal e qual!
Mas não se livrou ele da participação, nem nós convencemos o alferes a esquecer o caso. O Marcos «apanhou» 20 dias, agravados para 30, no Comando de Sector do Uíge!
«Nem posso ver esse tipo!... E o comandante nem me quis ouvir», disse-me hoje, magoado pela exigência disciplinar de um oficial, miliciano como nós e que, agora, mora pelos lados de Lisboa.
- MARCOS. João Manuel Lopes Marcos, soldado atirador de cavalaria, da CCS do BCAV. 8423. Carpinteiro, em situação de pré-reforma e morador no Pego (Abrantes).
- ALMEIDA. Joaquim Figueiredo de Almeida, 1º. cabo atirador de cavalaria, faleceu a 28 de Fevereiro de 1009, vítima de doença, em Penamacor, sua terra natal.
- FLORÊNCIO. Augusto Florêncio, soldado atirador de cavalaria. Mora em Sardoal.
- ANTÓNIO. Francisco Fernando Maria António, soldado atirador de cavalaria. Motorista aposentado, residente em Abrançalhas (Abrantes).
- DIONÍSIO. Dionísio Cândido Marques Baptista, soldado atirador de cavalaria. residente no Seixal.
- BOTELHO. Jorge António Pinto Botelho, soldado atirador de cavalaria.
- PM. Polícia Militar. 
- HIPÓLITO. Augusto de Sousa Hipólito, soldado atirador de cavalaria. Reside e trabalha em Reims (França).
- ROCHA. Restaurante do Quitexe, muito frequentado por militares.
  

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