CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 28 de maio de 2016

3 410 - Véspera (definitiva) do embarque da CCS para Angola

Cavaleiros do Norte do Parque-Auto, com o alferes Cruz ao centro, na fila da frente. 
À sua direita, os 1ºs. cabos Teixeira (estofador, de tronco nu) e Breda (condutor); 
á esquerda, o Teixeira (pintor). O último, à direita, de mãos nas ancas, parece ser 
o Malheiro. Alguém ajuda a identificar os outros? Conhecem-se as caras, 
mas esquecem-se os nomes...


Alfredo Coelho (o 1º. cabo Buraquinho,
organizador do Encontro da CCS do
próximo sábado) e o Moreira, dois
Cavaleiros do Norte no Quitexe


A terça-feira de 28 de Maio de 1974 - há precisamente 42 anos!!! -, foi passada na tranquilidade dos deuses, no Regimento de Cavalaria nº. 4 (RC4), em Santa Margarida, e até envolveu um passeio de jeep militar a S. Miguel de Rio Torto, freguesia de Abrantes que ficava por ali relativamente perto e onde, durante o IAO, tínhamos refeiçoado num almoço de casamento - imediatamente após o 25 de Abril, como «convidados especiais» e quando as labaredas revolucionários punham os militares nos altares da maior popularidade e idolatria imagináveis. Daí e disso, o inusitado convite - que tão bem soube!
José Adriano Nunes
Louro, 1º. cabo
sapador da CCS
do BCAV. 8423
Por lá convivemos fartamente com alguns populares, num restaurante cujo nome se varreu da memória. Comemos e bebemos e ouvimos loas revolucionárias, que chegavam até a entediar-nos. 
Não foram muitos os Cavaleiros do Norte da CCS que ficaram pelo RC4, depois do adiamento do embarque (na véspera), para 29 de Maio. Alguns de nós, fomos nessa noite comer frango de churrasco a Abrantes, «desenfiados» do quartel - onde, aliás, ninguém se preocupava connosco.  Castigo maior já não poderíamos ter: mobilizados para Angola.
As notícias do dia davam conta do impasse das negociações de Londres, com o PAIGC. Argumentava este partido (e o seu governo rebelde, para os portugueses) que «por já ter sido reconhecido por 84 países - mais de metade dos membros da ONU - a auto-determinação está ultrapassada». E que a Guiné-Bissau já tinha «aderido à Organização de Unidade Africana», a OUA, que era presidida por Mobutu Sese Seco, do Zaire.
Mário Soares, ministro português dos Negócios Estrangeiros, comentou na altura e sobre Cabo Verde, que «a auto-determinação também se aplica às ilhas, base naval e aérea estratégica portuguesa no Atlântico Sul», mas que, segundo o Diário de Lisboa, «também eram reivindicadas pela Guiné-Bissau». Como se sabe, Guiné-Bissau e Cabo Verde tornaram-se (dois) países independentes.
Hoje, reproduzimos, em fac-simile, a parte da Ordem de Serviço nº. 61 do RC4, de 14 de Março de 1974, com a apresentação de mais um grupo de especialistas do BCAV. 8423, todos para a CCS:
Ordem de Serviço nº. 61, de 13 de Março
de 1974. Fac-simile da página 3, com a
apresentação de vários especialistas do
BCAV. 8423. Clicar na imagem,
para a ampliar
- Transferidos do Batalhão de Engenharia 3 (BE3), mesmo ao lado do RC4 e a 13 de Março: 1º. cabo Carlos Alberto Serra Mendes, bate-chapas, de S. João Baptista, em Abrantes; Domingos Augusto Teixeira, 1º. cabo estofador, do Bairro do Cerco, no Porto; e José Domingos da Encarnação Guerreiro, soldado mecânico-auto, do Sítio dos Lombos, em Lagoa (Algarve).
- Do Batalhão de Caçadores 5 (BC5), de Lisboa e a 13 de Março: Joaquim M. S. Pedreira, que não seguiu para Angola, por razões que desconhecemos.
- Do Grupo de Companhias de Trem Automóvel (GCTA), de Lisboa e a 12 de Março: Carlos Alberto de Jesus Mendes,  1º. cabo mecânico electricista, de Santa Isabel, em Lisboa.
- Do Regimento de Artilharia Ligeira nº. 1 (RAL 1), em Lisboa e a 13 de Março, todos 1ºs. cabos sapadores: Gabriel Alves Mendes, de Cortes do Meio, na Covilhã; José Adriano Nunes Louro, do Casal do Pinheiro, nos Casais (Tomar), e aqui falecido, de suicídio, a 23 de Julho de 2008; e Albino Jorge de Oliveira Pires, de Folgosinho, em Gouveia.

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