CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 29 de outubro de 2016

3 564 - Apresentação de 6 «FNLA´s» no Quitexe, independência a 13 dias!!!

Cavaleiros do Norte do Parque-Auto, no Quitexe: Atrás, NN, Canhoto, Miguel, NN, Gaiteiro e NN. A seguir,
Picote (de mãos nas ancas), Teixeira (pintor), NN (mais atrás, a sorrir), Serra (mãos no cinto), NN (a sor-
rir), 1º. sargento Aires (de óculos), alferes Cruz (de branco), Frangãos (Cuba), furriel Morais (de óculos),
 Joaquim Celestino, NN (mais atrás), NN (condutor, de braços cruzados) e Vicente (mãos nas ancas). À
frente, Teixeira (estofador), Marques (carpinteiro), Madaleno (atirador) e Esgueira. Quem identifica os NN?



Rádio-montadores do Quitexe: 1ºs cabos Tomás e Pais
e Joaquim de Jesus Pereira da Silva, que amanhã faz
64 anos em Vila Nova de Gaia. PA-RA-BÉNS!!!

O dia 29 de Outubro de 1974, em termos de Cavaleiros do Norte, foi inquestionavelmente marcado pela apresentação «pela primeira vez, de um grupo de 6 elementos armados da FNLA, dizendo-se pertencentes ao «quartel» Aldeia e comandado pelo subcomandante João Alves», como se reporta do Livro de Unidade.
Esgueira, Silva (amanha a fazer 64 anos!) e
Grácio, no encontro de 2015, em Mortágua
A tarde dessa terça-feira ia quente e eram 17,30 horas, já se anunciava a note africana de todos os dias, quando «contactaram o comandante do BCAV. 8423 e a autoridade administrativa local, com vista a esclarecimento de actividades na Serra da Quibuinda, que julgavam ser das NT». Não eram e, ainda segundo o Livro da Unidade, «facilmente se concluíram ser de elementos estranhos, que procuram, certamente, criar um clima de desconfiança local, entre a FNLA e as NT». 
Não por acaso (quem sabe?), a mesma FNLA, em comunicado de Kinshasa na mesma data, acusava o Governo Português de «favorecer o MPLA» - e não reconhecia à Junta Governativa «poder político para discutir o futuro de Angola com os movimentos de libertação».
Notícia do Diário de Lisboa de 29 de Outubro
de 1974, sobre a situação em Angola
«As negociações para a independência, devem fazer-se, pois, a partir de Lisboa», acrescentava o comunicado da FNLA, apelando para «o sentido de responsabilidades das autoridades de Lisboa, para que se acabe o mais depressa possível com o equívoco que leva a Junta Governativa a apresentar-se como interlocutor para os movimentos de libertação em matéria de descolonização de Angola e a favorecer certos movimentos em detrimento de outros».
Diário de Lisboa de 29 de Outubro de 1975
Dia 29 de Outubro de 1975!
A FNLA, a partir de Carmona e da estação de rádio, faz saber que as suas forças «retiraram do Caxito porque tinham de poupar o povo que já não tinha comida em Luanda, nem água». Acrescentava o comunicado radiofónico que «foi a UPA/FNLA que enviou para Luanda água em aviões da Cruz Vermelha, para que o povo não morresse de sede».
Outra explicação tinha o MPLA, sugerindo que tal afirmação era desculpa para «as pesadas derrotas sofridas no Caxito». De lá, dizia o MPLA, retiraram do triângulo Barra do Dande/Caxito/Libongos, recuando para «posições próximas de Ambrizete». Inclusivamente, também retiraram as forças (da FNLA) estacionadas no Ambriz.
«À primeira vista, parece que as forças mercenárias desistiram dos seus intentos de cercar a capital», relatava o Diário de Lisboa, embora isso pudesse significar «um reagrupamento de mais importantes efectivos, dado que nas últimas confrontações sofreram pesadas perdas em homens e material de guerra» - por exemplo dois blindados zairenses e todos os seus ocupantes. 
Ao centro, o MPLA tomou Cela e estavam em Cuma, a 60 kms. de Nova Lisboa, pela linha de Benguela. Pela de Balombo, atingiu Luimbale e daqui passou para o Alto Hama - por onde eu próprio passara em Abril anterior. A sul, continuava difícil a situação de Sá da Bandeira e Moçâmedes continuava sob controlo do exército português, «havendo «uma reduzida força do MPLA».
Angola estava a 13 dias da independência!

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