4 271 - PELREC em patrulhas e acções de banditismo na ZA!

O furriel Viegas e os alferes Garcia e Sampaio (oficial de
dia, no Quitexe), todos milicianos do BCAV. 8423, no mo-
mento da partida para ais uma operação do PELREC

O PELREC teve,  15 de Outubro de 1974, uma saída delicada, a numa fazenda dos arredores do Quitexe, onde teriam ocorrido incidentes entre encarregados (europeus) e trabalhadores. 
Um destes fugiu, apresentou queixa na administração civil e a tropa foi «requi-
sitada». E lá foi o PELREC, comandado pelo alferes António Garcia.
Ao tempo, estava em movimento uma 

Grupo de Contratados
(foto da net)

acção da FNLA, no sentido de convencer os trabalhadores (os chamados contratados) a abandonarem as fazendas, o que seria catastrófico para a economia local - principalmente dependente da produção de café. 
«O êxodo dos trabalhadores rurais teve elevado incremento neste período, provocando o fecho de algumas fazendas, nomeadamente nas cordas de Zalala e Cazundo e zona de Vista Alegre e em muitas outras, provocando a paragem de laboração», anota o livro «História da Unidade».
A fazenda há 44 anos «visitada» pelo PELREC tinha este problema e outro: o da não entrega dos direitos dos trabalhadores, nomeadamente no que tinha a ver com produtos alimentares, com base no chamado Estatuto do Indígena, criado por Adriano Moreira, quando ministro do Ultramar, em 1961. Daí, a revolta dos trabalhadores. O caso foi resolvido com a detenção e entrega de dois encar-
regados à autoridade civil do Quitexe, que do caso tratou.
As colheitas do café estavam previstas para depois de Janeiro seguinte, pelo que, e ainda citando o «HdU», «esta paragem não trará grande afectação à futura colheita». De todo o modo, «a situação conduz a grande preocupação na maioria dos fazendeiros».

Imagem de um ataque a madeireiros na área da 2ª. CCAV.
8423, a dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa,
em data indeterminada da 1974/1975

Cessar-fogo da FNLA
e acções de banditismo


A Frente Nacional de Libertação de An-
gola (FNLA), movimento de libertação presidido por Holden Roberto, anunciou o cessar-fogo oficial a 15 de Outubro de 1974, de acordo com o «HdU».
Apesar desta situação, há muito espera-
da e por todos imensamente desejada (e do cessar-oficioso que já se vivia há algum tempo), ainda na véspera (dia 14) se registara a emboscada a uma viatura civil, em que morreram dois civis brancos europeus, madeireiros - como ontem aqui recordámos.
E continuavam «acções de banditismo», que os Cavaleiros do Norte procura-
ravam controlar na sua Zona de Acção (ZA), com «o lançamento de patrulhas inopinadas», mas, apesar desse permanente esforço dos Cavaleiros do Norte, «sem que, contudo, se preveja parar com elas, já que, à aproximação das NT, a FNLA se furta ao contacto».
Assim ia o Uíge angolano, há 44 anos!

As Portas de Zalala

Lopes, cozinheiro de 
Zalala, faria 66 anos !

O soldado cozinheiro Lopes, da 1ª. CCAV. 8423, a de Za-
lala, faria 66 anos a 15 de Setembro de 2018.
Fernando Manuel da Conceição Lopes apresentou-se no RC4 e no BCAV. 8423, em Santa Margarida, a 6 de Março de 1974, rodando do RAL4, em Leiria, e regressou a Por-
tugal no dia 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão em Angola. Fi-
xou-se na sua terra natal, a Póvoa do Forno, lugar da freguesia do Troviscal, no concelho de Oliveira do Bairro. E lá faleceu, em data que não conseguimos determinar - segundo informação da APOFORNO, associação da sua localida-
de natal. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!