O Costa e o Farinhas com leituras muito particulares
Os tempos «mortos» do Quitexe eram ocupados com acesas sabatinas políticas, digo eu!!! Por nós falamos, furriéis milicianos, quase todos com um bom palmo de língua para bem acesas e fartamente disputadas tertúlias, que se incendiavam nas notícias que nos chegavam pela imprensa, ou por cartas ou aerogramas de familiares e amigos.
Cabe aqui dizer que, salvo uma ou outra excepções, éramos de uma crueza e ingenuidades políticas que nem vos conto! Mas nada disso nos impedia de rebater argumentos, uns com os outros, puxando sardinha à brasa - ou meramente para nos espicaçarmos ou «chatearmos» uns aos outros, picando a imaginação, o rebate e o verbo!
O Farinhas era um dos, diria, um dos politicamente mais esclarecidos de nós. Recebia o Avante, o jornal do PCP, e nele bebia, e dava a beber, a euforia revolucionária de 1974. Introvertido, silencioso, indiferente quantas vezes à vaga de emoções que varriam a messe e o bar de sargentos, a parada ou os bares e restaurantes da vila, o Farinhas crescia e levedava humores, sempre que se dava a conversa para a política partidária.
Hoje, ao abrir o blogue, achei esta foto recentemente mandada pelo (furriel) Luís Costa, dos Morteiros, e, por ela, aqui quis vir falar do Farinhas, um dos nossos companheiros que já partiu. Com saudade dele e da pessoa que era: um fidalgo, um companheiro e um amigo. Até um destes dias, Cavaleiro do Norte!
A 9 de Dezembro de 1974, o MPLA (fundado a 10) preparava a comemoração do seu 18º. aniversário. Em Lisboa, anunciava-se para esse dia a realização de um colóquio na Voz do Operário, sobre a economia da Angola; outro, no dia 11, na sede da Casa de Angola (a organizadora) e sobre fase pré-colonial da sociedade angolana. Para 5ª.-feira, dia 12, um outro colóquio, com um elemento do Comité Central do MPLA e para 6ª-.feira, sobre «Aspectos da Medicina Colonial». Sábado, era dia para poesia revolucionária e domingo, finalmente (dia 15), uma sessão de apoio ao MPLA, no Pavilhão dos Desportos. Fazia-se história.
. FARINHAS. Joaquim Augusto Loio Farfinhas. furriel
miliciano sapador. Natural de Amarante, faleceu a
14 de Julho de 2005, vítima de doença
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Bom colega e camarada, bom
ResponderEliminarfalante e compreencivo.
Descansa em paz.
Roodolfo Tomaz