Hospital de Carmona (em cima) e Cinema Império, em Luanda (em baixo)
O Conselho da Revolução, a 22 de Maio de 1975, declarou (e confirmou) «a neutralidade activa como princípio a seguir forças armadas portuguesas em Angola». «Angola tem, neste momento, de consolidar a sua consciência e unidade nacionais», proclamava o CR, num comunicado lido às duas e meia da manhã, em Lisboa, e frisando que «os seus legítimos representantes vão, em encontro de alto nível, materializar esta vontade política fundamental para a continuação do processo» de descolonização e do Acordo do Alvor.
Iam? Foram?
Em Luanda, no mesmo dia 22 de Maio, repetiram-se manifestações. «Está a decorrer uma manifestação gigantesca junto ao Cinema Império, convocada pela União Nacional dos Trabalhadores de Angola» - a UNTA, afecta ao MPLA -, relatava a imprensa desse dia. Também se registaram incidentes no porto do Lobito, entre o MPLA e a UNITA - terminando com a moderação do Exército Português e não se registando mortos ou feridos. Apenas viaturas da UNITA crivadas de balas (frente à sua sede), o mesmo sucedendo a um jipe do MPLA.
Carmona continuava (in)quieta e prevenida. O BC12 estava de prevenção permanente e a cidade aparentava calma que não correspondia à realidade. Estávamos em terra da FNLA e por lá não eram bem aceites as presenças de outras forças políticas. Não sabíamos, mas estávamos em vésperas de dias bem dramáticos! Os Cavaleiros do Norte, felizmente, estavam preparados para tal tragédia!
Sem comentários:
Enviar um comentário