Ferreira, capitão Cruz e alferes Carvalho à conversa, no encontro de Valongo. Em baixo,
notícia sobe o Governo de União Nacional de Angola, anunciado pelo MPLA, há 39 anos
A 13 de Outubro de 1975, o MPLA controlava 12 das 16 províncias (distritos) de Angola. A UNITA era senhora do Huambo e do Bié. A FNLA, dominava no Zaire e no Uíge, por onde jornadearam os Cavaleiros do Norte.
Novidade era, em Luanda, o movimento de Agostinho Neto ter proposto à Delegação da OUA a formação, depois da independência, de um governo de União Nacional, com «personalidades angolanas independentes, com um passado de patriotismo e independência».
A missão da OUA preparava-se para visitar, dentro de dias, as áreas controladas pela UNITA e pela FNLA e surgiu uma novidade: o MPLA tinha Força Aérea - com aviões de transporte e «uma esquadrilha de caças estacionada num país amigo».
«Utilizamos os nossos próprios aviões para distribuir armas às nossas tropas», disse um dirigente do MPLA, à France Press. E explicou que os pilotos eram «angolanos e não mercenários».
Estas coisas, já vistas de Portugal, onde cada Cavaleiro do Norte retomava a sua vida normal, depois da comissão militar, não eram de todo surpreendentes, tendo em conta a capacidade mobilizadora do MPLA e as suas influências nos areópagos políticos internacionais.
O almirante Pinheiro de Azevedo, há precisamente 39 anos, era 1º. ministro e falou ao país. Disse que coube ao VI Governo (o dele) «ter de enfrentar o saldo da descolonização de Angola e Timor, tão matizado de tragédias e as suas inelutáveis consequências, das quais a mais significativa, e também mais dramática, é o problema dos retornados».
Ia assim, o país-Portugal de há 39 anos, depois do regresso dos Cavaleiros do Norte!
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