CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

4 958 - As orações e cartas dos «zalalas» a Nossa Senhora de Fátima!...

Os furriéis milicianos Joaquim Branco, o primeiro à direita, de pé, e Carlos Ribeiro, o primeiro, á
direita, sentado, ambos a 1ª. CCAÇ. 4211, a de Zalala e antecessores dos Cavaleiros do Norte na mítica
 mítica Fazenda de Zalala, a mais rude escola de guerra»
O furriel Joaquim Branco, mecânico-auto
da 1ª. CCAÇ. 4211, junto da imagem de
Nossa Senhora de Fátima de Zalala
As Portas de Zalala


A Fazenda de Zalala era sede de aquartelamento da tropa portuguesa, que de lá saiu a 8 de Novembro de 1974, quando a 1ª. CCAV. 8423 rodou para Vista Alegre e Ponte do Dange. Assim se fechou «a mais rude escola de guerra».
A 1ª. CCAV. 8423 lá tinha substituído, a 7 de Junho de 1974, a 1ª. CCAÇ.  4211. Foram desta, e entre muitos outros combatentes, os furriéis milicianos Joaquim Matos Branco. mecânico-auto, e Carlos Alberto Martins Ribeiro, atirador de Infantaria, ambos de Águeda e companheiros de banco de escola do Franciaco Neto e do Viegas, também furriéis milicianos mas de «Operações Especiais» (os Rangers) da CCS do BCAV. 8423, no Quitexe.
O Branco, há dias, foi entrevistado pela SIC, em programa de memórias da guerra colonial. nele se confessando ferveroso crente de Nossa Senhora de Fátima, que em imagem bem pequena, era ícone de fé da tropa na distante, perigosa e saudosa Zalala.
«Se eu recebesse alguma coisa pelas orações a Nossa Senhora, era um bálsamo, rezando-lhe, sentia-me em família, em companhia da família, mais seguro», disse ele, emocionado e grato pelas graças de que se disse «ter sentido» e como se, na sua jornada africana de Zalala, se sentisse «em casa».
«São coisas que não se explicam, acontecem», diz Joaquim Branco, agora nos seus corridos 69 anos e aposentado da função pública, evocando «os momentos de fé e oração» que na sua jornada africana do Uíge angolano se viviam junto da imagem de Nossa Senhora de Fátima.
O furriel Joaquim Branco em 2020 (na SIC)


Rezar a Nossa
Senhora de Fátima!

A maioria dos «caçadores» da 4211 de Zalala era do norte, comandados pelo capitão miliciano Palma Nunes, e, recorda 
O capitão Castro Dias e o
 alferes João Machado,
do BCAV. 8423
Joaquim Branco, 
«rezavam a Nossa Senhora, junto à imagem, em grupos ou isolados, pedindo protecção».
E muitos escreviam cartas, cheias de fé e de louvor, dando e pedindo-Lhe graças! 
«Ficávamos mais aliviados e confiantes e havia quem escrevesse a Nossa Senhora cartas de conforto e de fé. Se hoje escrevesse a Nossa Senhora, eu diria..., eu diria para que foi o sacrifício, para que valeu o esforço da guerra colonial. De que valeu?», interrogou-se Joaquim Branco, no programa transmitido pela SIC.
A imagem de Nossa Senhora de Fátima a que se refere foi trazida de Zalala pelo capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias, comandante dos Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 e entregue a um sacerdote seu familiar. Estará algures, num altar de Portugal.

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