Mortos dos incidentes de Carmona, com combates come- çados na madrugada de 1 de Junho de 1975. Há 45 anos! |
A cidade de Carmona acordou ao som da metralha, do fogo e da morte espalhada pelos seus bairros e ruas, na madrugada de 1 de Junho de 1975.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 cedo foram mobilizados para, a todo o custo - mesmo que da vida fosse... -, defenderem pessoas e bens. Quaisquer que fossem as pessoas, de qualquer cor, qualquer etnia e religião, de qualquer política...
O pânico estava semeado e levedava entre a comunidade civil, nomeadamente a europeia. E regado a sangue, levedando medos por toda a cidade e bairros envolventes, logo mobilizando os Cavaleiros do Norte do BCAV 8423.
Os grupos operacionais «invadiram» a cidade, protegeram os edifícios públicos, o aeroporto, o Banco de Angola, o hospital e o abastecimento de água. Acudiram a quem, desesperadamente, pedia socorro nas ruas da cidade, espreitando das janelas e portas e acenando por auxílio.
«Graves incidentes estalaram ontem em Carmona, entre tropas do MPLA e da FNLA, obrigando à intervenção, até agora sem êxito, de uma equipa militar
O Diário de Lisboa de 02/06/1975 reportava os graves incidentes da véspera, na cidade de Carmona, a actual Uíge |
Imprecisões sobre os
incidentes de Carmona
A noticia tem uma grave imprecisão, pois a tropa que interveio foi apenas a portuguesa, unicamente os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, nem sensatamente seria curial que as forças mistas se envolvessem em acções que pretendia anular a fúria insensata e mortífera dos militares dos dois movimentos. Frente a companheiros de movimento e misturados com o inimigo, o que fariam?
O jornal de Lisboa acrescentava que «(...) o recrudescimento das confrontações determinaram uma ordem de marcha, emitida esta manhã, para que segunda força militar integrada siga para Carmona e domine a situação».
Não há memória de que, alguma vez, tal força tenha chegado a Carmona.
Nem precisa, seria. A sua presença só iria aumentar a instabilidade da cidade e fazer medrar a insegurança que, brava e corajosamente, os Cavaleiros do Norte sustentavam e combatiam, horas atrás de horas, dias seguidos de dias. E noites! Sem comer e sem dormir.
«Mais uma vez, as NT procuraram minimizar o conflito, procurando o seu términus rápido e diligenciando por limitar os seus efeitos», lê-se no livro «História da Unidade», referindo também que «no rescaldo, ainda mais vincada ficou a hegemonia da FNLA».
«Tudo o que se possa considerar combatente ou simpatizante do MPLA foi expulso do distrito, no melhor dos casos, porquanto noutros há a citar algumas dezenas de mortos», acrescenta o HdU, também aludindo a «calma ainda mais fictícia e preocupante» que resultou dos graves incidentes.
Cavaleiros de Zalala
chegaram a Luanda !
Os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV 8423 desembarcaram em Luanda na madrugada de 1 de Junho de 1974. Há 46 anos!
O destino era Zalala, onde chegaram a 7 de Junho seguinte, e de lá o capitão Castro Dias - comandante desta subunidade - trouxe a última Bandeira de Portugal, que ainda hoje religiosamente guarda e mostrou a 21 de Fevereiro de 2020, quando, com o furriel Viegas, se encontrou com dois «zalala´s» da BCAÇ. 4211, a subunidade que lá a 1ª. CCAV. substituiu.
O encontro foi em Águeda, de onde é o Viegas e também os furriéis Joaquim Branco e Carlos Ribeiro, ambos «caçadores» da 1ª. CCAÇ. 4211.
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