Cavaleiros do Norte no jardim de Carmona: furriel Rocha, alferes Pedrosa e furriéis Machado, José Rodrigues Lino (que hoje faz (65 anos) e Cruz |
(continuado de ontem)
O regresso ao Quitexe foi muito tran-quilo e ainda hoje estou convencido que, na altura, nenhum de nós - então no melhor da nossa juventude, irre-
verência e generosidade... -, nenhum de nós se terá apercebido muito bem da gravidade da situação.
Poderia ter sido uma mortandade.
Algures, perto da sanzala do Quim-
Furriéis de Aldeia Viçosa. Rebelo, Guedes, Amorim, Matos, Jesuíno Fernandes Pinto (que hoje faria 65 anos e faleceu a 3 de Maio de 2017) e Brejo |
binda (?), a coluna afrouxou a velocidade e foi nesse tempo que me lembro perguntar-me o Dionísio (?) se ainda ia «haver tiroteio...».
Que «não, não vai haver...», lhe disse eu, pousando os olhos na serra do Quimbinda, como que a disfarçar alguma ansiedade e a querer vencer os meus constrangimentos da amarga e dramática hora que passávamos.
O Neto, sempre mais «acelerado» de entusiasmos que eu, sempre mais generoso na sua partilha de emoções com os nossos companheiros de jornada, exibia a G3, deitando-a no ar com a mão direita.
O Ezequiel segredou-me ao ouvido: «Já nos safámos..., mas f.... esses gajos todos».
O Botelho, que se fazia sempre herói da pequenas coisas de caserna e de conquistas lá por Lisboa, ia estranhamente de cabeça baixa. E eu a provocá-lo:
«Então, herói?!!!!...». E ele,a mastigar a saliva, sem uma palavra. Mais exuberante o Soares, tinha de ser...
«Dávamos cabo deles!!!:.. Limpávamos-lhe o sebo...», disse ele, de lábios mordidos, fazendo o jeito de rajda, com a G# naa mão.
O Garcia, o nobre e valente alferes Garcia, sempre de olhar profundo, ia sei lá com que pensamentos.
Lá chegámos ao aquartelamento do Quitexe e estranhámos não ver soldados nas ruas da vila. Quase todos estavam na parada, ao parque-auto. Não porque ali fossem as casernas e o refeitório, que eram, mas porque nos esperavam.
«Fiiiir-meeee! Sentido! Om-broooooo arma!».
Garboso, ele mesmo puxando a G3 ao ombro direito, o alferes Garcia apresentou o PELREC ao comandante que saía do gabinete.
Os soldados destroçaram, de olhar feliz e confiante, e foram às suas vidas. O sol vermelho de Angola punha-se acima da serra de lá longe e eu e o Neto caminhámos para a casa dos furriéis. Missão cumprida, , sem feridos ou mortos a lamentar!
O Neto, sempre mais «acelerado» de entusiasmos que eu, sempre mais generoso na sua partilha de emoções com os nossos companheiros de jornada, exibia a G3, deitando-a no ar com a mão direita.
O Ezequiel segredou-me ao ouvido: «Já nos safámos..., mas f.... esses gajos todos».
O Botelho, que se fazia sempre herói da pequenas coisas de caserna e de conquistas lá por Lisboa, ia estranhamente de cabeça baixa. E eu a provocá-lo:
«Então, herói?!!!!...». E ele,a mastigar a saliva, sem uma palavra. Mais exuberante o Soares, tinha de ser...
«Dávamos cabo deles!!!:.. Limpávamos-lhe o sebo...», disse ele, de lábios mordidos, fazendo o jeito de rajda, com a G# naa mão.
O Garcia, o nobre e valente alferes Garcia, sempre de olhar profundo, ia sei lá com que pensamentos.
Lá chegámos ao aquartelamento do Quitexe e estranhámos não ver soldados nas ruas da vila. Quase todos estavam na parada, ao parque-auto. Não porque ali fossem as casernas e o refeitório, que eram, mas porque nos esperavam.
«Fiiiir-meeee! Sentido! Om-broooooo arma!».
Garboso, ele mesmo puxando a G3 ao ombro direito, o alferes Garcia apresentou o PELREC ao comandante que saía do gabinete.
Os soldados destroçaram, de olhar feliz e confiante, e foram às suas vidas. O sol vermelho de Angola punha-se acima da serra de lá longe e eu e o Neto caminhámos para a casa dos furriéis. Missão cumprida, , sem feridos ou mortos a lamentar!
Furriéis Lino e Jesuíno e
Fernandes, 22 anos em Angola !
Os furriéis milicianos Lino e Jesuíno, ambos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, comemoraram 22 anos a 29 de Setembro de 1974. Também o soldado atirador Manuel Fernandes.
José Rodrigues Lino foi mecânico-auto da 3ª. CAV.
Manuel Fernandes |
8423, a de Santa Isabel. Natural do Fundão, lá voltou a 11 de Setembro de 1975 (à Quinta do Quelhas) e por lá faz vida, como empresário dos sectores da camionagem e da serração, depois de uma incursão empresarial em terras de Espanha.
Jesuíno Fernandes Pinto foi atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, e, infelizmente, faleceu, de doença, a 3 de Maio de 2017, em Vila Verde - onde trabalhou numa estação de rádio. Hoje o recordamos com saudade.
Também neste dia, mas em 2017, festeja 65 anos Manuel Fernandes, que foi atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV 8423. Natural de Pisoria, freguesia de Cam-
bas, em Oleiros, lá regressou a 10 de Setembro de 1975. Mora em Medrosa de Cima, na Amieira, no mesmo concelho de Oleiros. Parabéns!
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