Os furriéis milicianos Francisco Neto e Viegas, responsáveis, com Miguel Peres dos Santos, dos GE 217 e 223, da CCS e no Quitexe |
Furriéis milicianos Viegas e Mi- guel, responsáveis, com Neto, pelos GE´s 217 e 223 |
Grupos Especiais, força
irregular formadas por
voluntários africanos
|
O BCAV. 8423 tinha vários Grupos Especiais (GE), uma força irregu-
lar formada por voluntários afri-
canos da etnia local, que opera-
vam adidos às unidades locais do Exército Português. No seu auge, existiram 99 grupos de GE, cada um com 31 homens.
lar formada por voluntários afri-
canos da etnia local, que opera-
vam adidos às unidades locais do Exército Português. No seu auge, existiram 99 grupos de GE, cada um com 31 homens.
Os Cavaleiros do Norte tinham 4 grupos: o GE 217 e o GE 223 (adidos à CCS do capitão António Oliveira, no Quitexe), o GE 222, em Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423, a do capitão José Manuel Cruz) e o GE 208, em Vista Alegre (CCAÇ. 4145, a do capitão Raúl Corte Real).
Outras forças irregulares era a Organização Provincial de Voluntários de Defesa Civil de Angola (OPVDCA), Forças Aéreas Voluntárias (milícia aérea), Guarda Rural (auxiliar da PSP), Tropas Especiais (TE, ver abai-
xo), Fiéis Catangueses (exilados do Zaire), Leais Zambianos (exilados da Zâmbia) e Flechas (força paramilitar da PIDE/DGS).
Desactivação
dos GE´s
Aos tempos de há 43 anos, por meados de Novembro de 1974, estava em marcha a desactivação dos 4 Grupos Especiais (GE´s) do BCAV. 8423. Os do Quitexe, operavam sob comando directo dos furriéis milicianos Miguel Peres dos Santos (pára-
quedista), Viegas e Neto, ambos de Operações Especiais (Rangers).
«A ineficiência que se vinha verificando e a sua desnecessária existência levaram os escalões superiores a prever a sua desactivação», reporta o livro «História da Unidade», quanto ao mês de Novembro e a esta força irregular que tantas dores de cabeça por lá nos deu, não só em operações como no seu dia-a-dia, no geral demasiadamente indisciplinado.
A memória faz-nos recordar dois dos seus chefes: o João Quatorze e o João Bernardo. Este, que se ufanava de ter filhos a estudar no Estoril, viemos a en-
contrá-lo (eu e o Neto) em Luanda, já em Agosto de 1975 e como capitão do MPLA, na Avenida D. João II, perto da Messe da Combatentes.
«Subi nos vida..., suuuubiiii nos vida», disse-nos ele, em sotaque caracterís-
tico da sua etnia e de olhos a brilhar de alegria, a apontar para os galões de capitão, que reluziam ao sol angolano e o tornaram comandante do MPLA.
O que será feito deles?
O problema
de Cabinda
Angola, ao tempo, continuava com o delicado proble-
ma da (não) independência de Cabinda em jogo e re-
petiam-se incidentes no Enclave. O Diário de Lisboa de 16 de Novembro de 1974 titulava, em primeira pá-
gina, que «Há banditismo e não guerrilha em Cabin-
da», adiantando que as Forças Armadas Portuguesas estavam a levar a cabo «uma operação para desalojar um grupo armado, denominado FLEC».
O jornal citava o presidente da Junta Governativa, o al-
mirante Rosa Coutinho, à sua chegada a Luanda, precisamente oriundo de Cabinda, frisando que «é obrigação das Forças Armadas garantir a integridade do território, durante o processo de independência». Disse mais, Rosa Couti-
nho: disse «serem inadmissíveis as exigências formuladas pela FLEC e pelos TE, que mantém em seu poder vários reféns».
FLEC, entenda-se Frente de Libertação do Enclave de Cabinda. Por TE, Tropas Especiais, força inicialmente formada por 1 200 guerrilheiros que se desagre-
gou da UPA (FNLA, movimento independentista) e passaram a combater por Portugal. Operavam em Cabinda e Norte de Angola e chegaram a atingir um pico de 2 000 efectivos, organizados em 4 batalhões de 16 grupos de combate, cada qual com 31 homens.
xo), Fiéis Catangueses (exilados do Zaire), Leais Zambianos (exilados da Zâmbia) e Flechas (força paramilitar da PIDE/DGS).
Desactivação
dos GE´s
Aos tempos de há 43 anos, por meados de Novembro de 1974, estava em marcha a desactivação dos 4 Grupos Especiais (GE´s) do BCAV. 8423. Os do Quitexe, operavam sob comando directo dos furriéis milicianos Miguel Peres dos Santos (pára-
quedista), Viegas e Neto, ambos de Operações Especiais (Rangers).
«A ineficiência que se vinha verificando e a sua desnecessária existência levaram os escalões superiores a prever a sua desactivação», reporta o livro «História da Unidade», quanto ao mês de Novembro e a esta força irregular que tantas dores de cabeça por lá nos deu, não só em operações como no seu dia-a-dia, no geral demasiadamente indisciplinado.
A memória faz-nos recordar dois dos seus chefes: o João Quatorze e o João Bernardo. Este, que se ufanava de ter filhos a estudar no Estoril, viemos a en-
contrá-lo (eu e o Neto) em Luanda, já em Agosto de 1975 e como capitão do MPLA, na Avenida D. João II, perto da Messe da Combatentes.
«Subi nos vida..., suuuubiiii nos vida», disse-nos ele, em sotaque caracterís-
tico da sua etnia e de olhos a brilhar de alegria, a apontar para os galões de capitão, que reluziam ao sol angolano e o tornaram comandante do MPLA.
O que será feito deles?
O Diário de Lisboa de 16 de Novembro de 1974 falava do problema de Cabinda |
O problema
de Cabinda
Angola, ao tempo, continuava com o delicado proble-
ma da (não) independência de Cabinda em jogo e re-
petiam-se incidentes no Enclave. O Diário de Lisboa de 16 de Novembro de 1974 titulava, em primeira pá-
gina, que «Há banditismo e não guerrilha em Cabin-
da», adiantando que as Forças Armadas Portuguesas estavam a levar a cabo «uma operação para desalojar um grupo armado, denominado FLEC».
O jornal citava o presidente da Junta Governativa, o al-
mirante Rosa Coutinho, à sua chegada a Luanda, precisamente oriundo de Cabinda, frisando que «é obrigação das Forças Armadas garantir a integridade do território, durante o processo de independência». Disse mais, Rosa Couti-
nho: disse «serem inadmissíveis as exigências formuladas pela FLEC e pelos TE, que mantém em seu poder vários reféns».
FLEC, entenda-se Frente de Libertação do Enclave de Cabinda. Por TE, Tropas Especiais, força inicialmente formada por 1 200 guerrilheiros que se desagre-
gou da UPA (FNLA, movimento independentista) e passaram a combater por Portugal. Operavam em Cabinda e Norte de Angola e chegaram a atingir um pico de 2 000 efectivos, organizados em 4 batalhões de 16 grupos de combate, cada qual com 31 homens.
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