Amazonas do Quitexe, mães natais da consoada de 1974: Margarida Cruz, Graciete Hermida, a esposa e filha do capitão Oliveira e esposa do tenente Mora. Ao colo, está Ricardo, filho do alferes Cruz |
A consoada de Natal de 1974, no Quitexe, teve participação activa das esposas e família dos oficiais da CCS, com a sua arte de cozinha, que surpreendeu toda a gente. E de que maneira!!!
As compridas mesas do refeitório enche-ram-se de regalos gastronómicos, sacian-
do o apetite devorador dos jovens Cava-
leiros do Norte da CCS (a do Quitexe) e da 3ª. CCAV. 8423 (a de Santa Isabel), então na força da sua juventude e ali
emocionados e cúmplices de momentos muito especiais.
A ementa foi carinhosamente tratada pelas Amazonas do Norte e doces e aletrias, rabanadas, mexidos e sopas, frutos secos, queijos, arroz-doce, leite creme e outros acepipes, tantos outros acepites..., não faltaram na farta mesa do refeitório do Quitexe - onde comungaram, em partilha solidária, cúmplice e amiga, oficias, sargentos e praças das duas companhias, sem distinção..., todos irmãos da noite tão especial como aquela. Noite que nunca tínhamos vivido foram das nossas lareiras e do conforto e intimidade das nossas famílias.
As bebidas foram para todos os gostos, sem abusos, muito embora os bravos e emocionados, diríamos que nostágicos Cavaleiros do Norte não se tenham feito rogados a... mais um gole. E, vamos lá, até um ou outro tenham abusado. Nada de mal ou execessivamente a mais. Ou talvez não!
Noite de emoções
e lágrimas de saudade
Os alferes milicianos Jaime Ribeiro e António Albano Cruz recordam-se bem dessa saudosa e sentida noite de Natal de há 43 anos e lembram que «era tanta a quantidade e a variedade» de comidas e de... bebidas, que «alguns até entraram de gatas nas suas casernas e quartos».
«Acho que isto tudo, esta vivência muito particular, afinal, até nos ajudou a criar a nossa personalidade, a nossa maneira de ser e estar e a ter forças nos momentos difíceis que por lá atravessámos, tanto jeito ou falta nos faziam», comentou o alferes Cruz, que teve a mulher, a dra. margarida, como um das cozinheitras.
José Alberto Almeida, o alferes miliciano de reabastecimentos, recorda ter encontrado o alferes Manuel Garcia, de Operações Especiais (os Rangers), recolhido no canto do bar de oficiais, em momento de choradas saudades da família, enquanto no refeitório o «povo» do BCAV. 8423 continuava a festejar a data e fartava a fome das ementas de época, bem regadas a cerveja e também vinho - que vinho houve, sem faltas..., nessa nossa consoada de há 43 anos!!! Vinho e mimos, muitos mimos..., que nos encheram o corpo e o espírito! E parece que foi ontem à noite!!!
Os furriéis milicianos Monteiro, Viegas e Neto apresenta- ram-se no RC4 na véspera do Natal de 1974 |
Três «Ranger´s»
da CCS no RC4!
Um ano antes, precisamente, a uma se-gunda-feira de véspera de Natal de 1973, apresentaram-se em Santa Margarida e no RC4, os três futuros furriéis milicia-
nos de Operações Especiais (Rangers) da CCS do BCAV. 8423.
A Ordem de Serviço nº. 301, do RC4, de
Ordem de Serviço do RC4, de 26 de Dezembro de 1973, com a apresentação, no RC4, dos futuros furriéis Neto, Monteiro e Viegas, do BCAV. 8423 |
O oficial de dia ainda «brincou» connosco - teríamos de «entrar de serviço às 14 horas», o que significava lá passarmos a noite de Natal. O Neto, porém, logo sentenciou o nosso destino próximo: «Vamos embora, castigo maior que o de ir para Angola, já não nos pode acontecer».
Saímos do RC4, no SIMCA 1100 dele, chegámos a Águeda e o Monteiro telefonou para Fornos, em Marco de Canaveses, para um irmão o ir buscar ao Porto. Em Águeda, ainda chegou a tempo de apanhar a carreira para a capital do norte e foi passar a noite de Natal a casa.
* Noite de Natal de
1974, ver AQUI
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