O domingo de há 44 anos, dia 27 de Julho de 1975, foi marcado pela notícia, chegada a Carmona, dos incidentes em Luanda (para onde os Cavaleiros do Norte iam rodar dentro de uma semana) por «graves incidentes na Vila Alice», durante os quais «forças das FAPLA abriram fogo sobre as tropas portuguesas».
As FAPLA eram o exército do MPLA e as NT «ripostaram, generalizando-se o incidente e registando-se mortes e feridos civis». O Diário de Lisboa, de que nos socorremos, indicava «15 mortos e muitos feridos», entre as forças do movimento de Agostinho Neto. Da parte portuguesa, registaram-se 5 feridos: dois alferes, dois furriéis e um soldado.
O MPLA, sobre o incidente, emitiu um comunicado de 14 pontos, nomeada-
mente a anunciar ir pedir explicações ao Governo Português e aos dirigentes do MFA, em particular pelo que consi-
derou «as estranhas proporções» do aparato militar português em Vila Alice.
O registo do incidente é narrado pelo general Gonçalves Ribeiro no livro «A vertigem da descolonização», 316 e 317. - Ver AQUI
Notícia do Diário de Lisboa |
Fogo pelas costas
contra as NT !
O incidente foi provocado por uma acção das FAPLA do MPLA que, na Estrada de Catete, «desarmaram militares portugueses que seguiam numa viatura do Exército». Posteriormente, lê-se no Diário de Lisboa, que reportava um comunicado do Alto-Comissário, «manda-
ram seguir a viatura, abrindo fogo pelas costas contra os seus ocupantes, ferindo dois, um dos quais gravemente».
O Comando Operacional de Luanda (COPLAD) exigiu a entrega dos agressores até às 8 horas, mas passado o prazo, nem entrega nem explicações. Aguarda-
ram até às 10 horas e, como tal não aconteceu, «montaram um dispositivo para a detenção dos elementos das FAPLA».
O comandante português ainda negociou com os responsáveis das FAPLA, no exterior do espaço do MPLA em Vila Alice, e foi quando se registou o fogo contra as NT.
Tempos relativamente calmos em Carmona, 44 anos Aqui, o 1º. cabo Rodolfo Tomaz a «re- gar» os porcos da xitaca do BC12 |
Calma em Carmona,
combates em Malanje !
Enquanto isso, «recomeçou em Malanje a luta militar entre MPLA e FNLA, após a ligeira trégua conseguida pelas autoridades portuguesas», que, reportava o Diário de Lisboa, queriam «a evacuação dos feridos e abastecimento em víveres da população».
A FNLA continuava instalada no Caxito, mas o DL dava conta que as suas tropas estavam «cercadas e se possibilidades de avanço», segundo dizia o MPLA. Ao contrá-
rio, a FNLA fazia saber que as suas tropas aguardavam «o reagrupamento de colunas vindas do norte para então avançarem sobre Luanda».
Carmona e o Uíge, com as escaramuças a que os Cavaleiros do Norte já esta-
vam «habituados» continuavam relativamente calmas, expectado-se cada vez mais sobre a partida para Luanda - onde, afinal, problemas não faltavam!
Albino de Santa Isabel, 67
anos em Ermidas do Sado !
O 1º. cabo Albino, da 3ª. CAV. 8423, a da fazenda Santa Isabel, festeja 67 anos a 28 de Julho de 2019.
Atirador de Cavalaria de especialidade, este Cavaleiro do Norte jornadeou também pelo Quitexe e cidade de Carmona e regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, a Casa Joel, na Abóboda, freguesia de S. Julião de Barra, em Oeiras. Julgamos saber que, actualmente residirá no Bairro da Carrusca, em Ermidas do Sado, concelho de Santiago do Cacém. Parabéns!
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