A Delegação da FNLA na Estrada de Catete, depois de um bombardeamento da MPLA. A luta politica e militar era intensa, há 47 anos, em Luanda e Angola |
Aos 3 dias de Abril de 1975, já lá vão 47 anos, a situação militar e política «continua(va) muito tensa» em Angola, segundo as agências noticiosas ANI, France Press e Reuters, dando notícia sobre a actualidade e acrescentando que «parece agora dominada por intensa luta política» - numa altura em que Portugal também passou a dar apoio ao MPLA, como já fazia à UNITA e FNLA.
Os comunicados de MPLA (do presidente Agostinho Neto) e FNLA (de Holden Roberto), os dois movimentos/partidos que terçavam armas nos bairros suburbanos da capital angolana, sucediam-se (com acusações recíprocas) e «a movimentação dos três partidos governamentais e das autoridades portu
guesas
Os comunicados de MPLA (do presidente Agostinho Neto) e FNLA (de Holden Roberto), os dois movimentos/partidos que terçavam armas nos bairros suburbanos da capital angolana, sucediam-se (com acusações recíprocas) e «a movimentação dos três partidos governamentais e das autoridades portu
Notícias de Angola no Diário de Lisboa de 3 de Abril de 1975 |
vai (ia) no sentido de se montar imediatamente um dispositivo político e militar que previna as grandes confrontações armadas».
Acusações, comunicados
e reunião dos 3 partidos
O MPLA propôs uma reunião entre os presidentes dos três partidos (os movimentos de libertação), para se «definirem normas complementares que garantam a continuidade pacífica do processo iniciado em Mombaça e no Alvor». E propunha a criação de «um organismo fiscalizador e protector das vidas e dos bens da população, em particular nos bairros populares».
O Alto Comissário Silva Cardoso e o Colégio Presidencial, em comunicado conjunto, denunciaram «manobras de agitadores profissionais, para perturbar o processo de descolonização através de acções violentas». E os movimentos de libertação, para isto obviar, depois de «repudiar tais manobras», puseram à disposição do Comando do Sector de Luanda «as suas forças integradas a fim de que, se necessário, haja uma acção conjunta contra toda e qualquer perturbação da ordem».
A FNLA, pela voz de Johny Eduardo, voltou a negar as execuções de que era acusado pelo MPLA, acusando mesmo este movimento de «ter arrebanhado corpos de vítimas, juntando-os de forma a parecer que houvera um massacre, a fim de comprometer a FNLA».
A FNLA, de resto, também acusava o MPLA de tentar «impedir a todo o custo a realização de eleições em Angola, mediante manobras dilatórias e provoca-
ções armadas, a fim de criar um clima de insegurança» que, no seu entender, suscitasse «uma intervenção a seu favor, dos seus mentores do Partido Comunista Português e seus companheiros da caminhada».
Cavaleiros em férias e
sem dar pela violência
Os dois Cavaleiros do Norte em férias por Luanda - os furriéis milicianos Cruz e Viegas - continuavam o seu lazer pelos locais mais apetecíveis da cidade, à margem destes acontecimentos. Procuraram a Família Resende (amiga e conterrânea de Viegas) e preocuparam-se, por não a encontrarem na residência conhecida, mas foi achada no centro da cidade, perto da Praça de Touros - fugindo à instabilidade da zona da estrada de Catete, onde moravam.
A noite da véspera (dia 2 de Abril), tinha sido tempo para «novas confronta-
ções violentas» entre as forças do MPLA e da FNLA, desta vez no Bairro Cazenga (pertinho da dita estrada - onde, de uma carrinha de caixa aberta, foi disparada uma rajada sobre a delegação do MPLA.
O Diário de Lisboa dava conta, na edição de 3 de Abril de 1975, que «os violentos confrontos da última semana provocaram, segundo o MPLA, duas centenas de mortos, muitos feridos e estropiados e inúmeros desaparecidos».
Mais para norte, a caminho de Carmona, também se tinham registado incidentes entre das forças dos dois movimentos. Noticiava o Diário de Lisboa que «em Quibaxe, as violentas confrontações terminaram e o ambiente e normal, tal como no Piri, onde não chegou a haver tiros».
A FNLA, pela voz de Johny Eduardo, voltou a negar as execuções de que era acusado pelo MPLA, acusando mesmo este movimento de «ter arrebanhado corpos de vítimas, juntando-os de forma a parecer que houvera um massacre, a fim de comprometer a FNLA».
A FNLA, de resto, também acusava o MPLA de tentar «impedir a todo o custo a realização de eleições em Angola, mediante manobras dilatórias e provoca-
ções armadas, a fim de criar um clima de insegurança» que, no seu entender, suscitasse «uma intervenção a seu favor, dos seus mentores do Partido Comunista Português e seus companheiros da caminhada».
O furriel Viegas (à direita) com o conterrâneo Albano Resende (civil), na ilha de Luanda (Restinga) |
Cavaleiros em férias e
sem dar pela violência
Os dois Cavaleiros do Norte em férias por Luanda - os furriéis milicianos Cruz e Viegas - continuavam o seu lazer pelos locais mais apetecíveis da cidade, à margem destes acontecimentos. Procuraram a Família Resende (amiga e conterrânea de Viegas) e preocuparam-se, por não a encontrarem na residência conhecida, mas foi achada no centro da cidade, perto da Praça de Touros - fugindo à instabilidade da zona da estrada de Catete, onde moravam.
A noite da véspera (dia 2 de Abril), tinha sido tempo para «novas confronta-
ções violentas» entre as forças do MPLA e da FNLA, desta vez no Bairro Cazenga (pertinho da dita estrada - onde, de uma carrinha de caixa aberta, foi disparada uma rajada sobre a delegação do MPLA.
O Diário de Lisboa dava conta, na edição de 3 de Abril de 1975, que «os violentos confrontos da última semana provocaram, segundo o MPLA, duas centenas de mortos, muitos feridos e estropiados e inúmeros desaparecidos».
Mais para norte, a caminho de Carmona, também se tinham registado incidentes entre das forças dos dois movimentos. Noticiava o Diário de Lisboa que «em Quibaxe, as violentas confrontações terminaram e o ambiente e normal, tal como no Piri, onde não chegou a haver tiros».
Graciano C. Silva, furriel de Santa Isab |
Graciano, furriel de Santa
Isabel, 70 anos em Lamego!
O furriel miliciano Graciano, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, comemora 70 anos a 4 de Abril de 2022.
Graciano Correia da Silva foi atirador de Cavalaria em Santa Isabel e Quitexe, depois em Carmona, antes do seu regresso a Portugal e a Lamego, a sua terra natal - em Cambres. Aqui, desde sempre trabalha na área dos Vinho do Porto - agora em fase de pré-aposentado. Tem dois filhos, seus grandes orgulhos: o médico neurologista Nuno Mendonça da Silva (investigador nos Estados Unidos) e a advogada Helena Isabel Mendonça da Silva, que trabalha no Porto e mora na Póvoa de Varzim.
Parabéns para ele e um grande abraço!
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